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Durante a guerra empregou-se um processo o qual permitia dirigir os navios através os campos de minas, que defendiam umas tantas regiões maritimas. Um cabo é colocado no fundo do mar e seguindo a direcção do canal; é percorrido por correntes electricas, que são percebidas a bordo, tornando-se assim um verdadeiro gufa [sic]. Representa ele um fio de Ariadne que conduz o navio automaticamente.
Uma vez terminada a guerra (a grande guerra, entenda-se, porque, infelizmente, uma infinidade de outras pequenas ai estão mostrando quanto o homem ignora ainda os seus verdadeiros interesses), era de supor que aquele ensinamento não ficasse perdido e fosse aproveitado para nos dias de nevoeiro encaminhar os navios á entrade dos portos e na travessia de pontos perigosos. É exactamente isso o que pretende fazer um engenheiro norte-americano, o sr. Mariott, de quem a “Revue general d’Electricité” publica o projecto em um dos seus ultimos numeros. O sr. Mariott experimentou o sistema do jovem engenheiro sr. Hanson, e os resultados demonstram que o tal dispositivo já se encontra em condições de sofrer aplicação imediata.
A primeira instalação pratica mais ou menos completa foi realisada sobre o “Tourist”, da linha Kennedy, Navs Yard Route, utilizando-se de um cabo submarino do exercito norte-americano ligando a ilha Bainbridge ao portilhão 8 na Puget Sound Navy Yard. Por meio de receptores apropriados, instalados a bordo, o comandante conseguiu guiar seu o navio [sic] e seguir extactamente o cabo, pelo som que dele havia partido. A experiencia mostrou ainda, em varias circunstancias, ser mais facil guiar-se por esse metodo do que pela observação das balisas, ainda mesmo quando são estas visiveis de grande distancia.
Envia-se pelo cabo uma corrente alternativa de 500 peridos, de 40 volts de 0,7 ampére; e sobre ele efectuava-se um sinal Morse previamente convencionado. A recepção fazia-se a bordo como uma recepção radiogoniometrica comum por meio de quadros moveis e ampliadores especiais. Para ouvir os sinais era preciso que o afastamento do cabo não excedesse de 100 a 200 metros.
Compreende-se que, por meio de dois cabos, um destinado a guiar o navio ao entrar no porto, e outro á saida e cada um de eles percorrido por signais diferentes e inconfundiveis, seja possivel evitar as colisões no mar e as numerosas catastrofes de que, tantas vezes tem sido causa os nevoeiros. Ainda mais: em cada milha o cabo acha-se coberto por um envoltorio de chumbo, que tem por efeito p. 2 interceptar as ondas electricas. Ao passarem, pois por este ponto os navios deixam de ouvir os signais e o piloto, de esta maneira, póde perfeitamente avaliar a distancia percorrida e, portanto, o ponto provavel em que se encontra o navio.
Referência bibliográfica
[n.d.] - "Cronica scientifica - Navegação e nevoeiros"
in Diário dos Açores
de 11 de Setembro de 1920, nº. 8583, p. 1-2 (col. 5; 1). Disponível em linha em http://bd-divulgacaocientificaemjornais.ciuhct.org/entrada.php?id=1111.
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