O ministro da higiene e da previdencia social, fez a um redactor de “Le Petit Journal” as seguintes declarações, acerca do invento do engenheiro Delamare-Mazo:

“Fui eu quem admitiu o projéto na repartição dos inventos. Todos os artilheiros afirmavam tratar-se dum louco, mas eu que, examinei e estudei a ideia apresentada, disse ao inventor: Continue a trabalhar.

Delamare-Mazo trabalhou e encontrou um novo processo de balistica, o que efétivamente, é um caso muito raro. Até agora, as granadas eram disparadas pela pressão dos gazes, provocada pela combustão da polvora, Delamare-Mazo imaginou faze-las disparar pelo choque desses gazes, pela sua velocidade e quasi sem pressão.

A diferença que haverá entre um canhão vulgar e um que dispare pelo processo Delamare-Mazo é a mesma que existe entre uma maquina a vapor ordinaria e uma turbina a vapor.

Interrogado pelo jornalista se seria possivel aplicar o novo processo a todos os canhões sem os modificar, o sr. Breton declarou:

“Não, o processo Delamare-Mazo necessitaria duma artilharia nova e resume-se no seguinte: “Os gazes provenientes da combustão da polvora na culatra, são dirigidos contra a parte inferior da granada, onde se libertam da pressão a que estavam sugeitos e alcançam uma velocidade enorme e uma tal força que só ela basta para impelir a granada. Os gazes são depois expulsos para a atmosfera por aberturas lateriais.

E como não é já a pressão dos gazes que impele a granada, as paredes do canhão não precisarão ser tão estreitas como atualmente. Poderemos, consequentemente ter uma artilheria extremamente leve e facilmente transportavel que alcançará enormes distancias.

A falta de carvão é um dos maiores flagelos da crise angustiosa por que tem vindo a passar o nosso país, desde que principiou a guerra, já finda, é certo, mas cujas consequencias dolorosas se hão-de fazer sentir ainda por muito tempo.