A Imprensa tem-se ocupado das experiencias de transmissão fotografica através de longas distancias, esperando-se que, dentro de pouco tempo, os jornais possam receber directamente fotografias das ocorrencias passadas em paises remotos e transmitidas por meio da radio-telegrafia.

As experiencias agora levadas a cabo devem-se á “Radio-House”, que transmitiu, radiotelegraficamente para New York, as fotografias da rainha Alexandra e tambem as de Coolidge e Hughes. Quinze minutos depois, um telegrama de New York acusou  a recepção, que fôra satisfatoria.

O inventor é o sr. D. H. Ranger, da “Rádio Corporation” americana As particularidades técnicas dos aparelhos transmissor e receptor não são conhecidas, sabe-se, porém que, nas suas linhas gerais, o sistema é o seguinte: sobre um tambor de vidro coloca-se uma pequena pelicula negativa ordinaria. Dentro do tambor ha uma luz viva, da qual, projectando-se através da pelicula negativa, sôbre um aparelho fóto-eletrico, gera um circuito. Emquanto o tambor efectua a sua rotação, a luz opéra sucessivamente sobre várias partes do negativo, por forma que se cria o circuito radio-telegrafico vulgar que atravessa o espaço á maneira ordinaria. Na estação receptora as vibrações põem em movimento uma pena que, oscilando sincrónicamente, reproduz linha por linha, a fotografia, que surge composta de linhas onduladas e de pontos.

As imagens obtidas estão ainda longe de ser perfeitas, mas as pessoas retratadas são facilmente reconheciveis.