As noticias publicadas nos jornais sobre os aviadores, dizem que eles encontraram um nevoeiro pouco depois de sahirem de Kings Bay, Spitzbergen, a 21 de Maio. Subindo acima da nevoa, continuaram para a frente durante algumas horas até que foram obrigados a aterrar por estar esgotada metade da gazolina. Então, pareceu-lhes que tinham encontrado segurança num trecho de agua em que os aeroplanos desceram, mas foram subitamente atingidos por uma catastrofe.

O gelo fechou-se-lhes em volta dos aparelhos, mas com o maior dos esforços, usando toda a sua coragem, força e resolução, depois de 24 dias de enorme trabalho, durante os quaes as suas rações desapareciam rapidamente e as probabilidades do regresso diminuiam a pouco e pouco, e conseguiram pôr em estado de voar um dos aeroplanos, em que se encaminharam para o sul, encontrando às vezes nevoeiros medonhos, mas conservando sempre na coragem até que conseguiram fazer uma aterrissagem segura, na Terra Nordeste, no arquipelago Spitzbergen.

Mal que o aparelho tinha acabado de descer, apareceu à vista, como se por combinação, o vapor norueguez “Sjoeliv” da pesca de focas. O capitão e os tripulantes tinham ouvido o zumbido do motor do aeroplano a milhas de distancia, mas supunham que ele pertencia á expedição que tinha sido mandada percorrer as costas desertas, pelos exploradores perdidos. Quando se aproximaram, o capitão Woltan reconheceu Amundsen sem demora, apezar do rosto deste se achar coberto de barba que lhe crescera durante um mez.

Os exploradores foram recebidos a bordo com a maior hospitalidade. Foi passada uma espia ao aeroplano, e a viagem para a bahia King começou tão rapidamente quanto possível, por isso que Amundsen estava ancioso por chegar ali a tempo de evitar a sahida da expedição de socorro que, disseram-lhe, estava prestes a partir em sua procura.

O tempo tornou-se mau, a fim de evitar que o aeroplano se danificasse ou se perdesse, o “Sjoeliv” abriga-se na bahia Lady Franklin, onde passou a noite. Como o tempo continuava ainda mau na manhã seguinte, Amundsen decidiu deixar o aeroplano em terra para ser salvo mais tarde. Isto feito, a viagem continuou sem incidente. Kings Bay, onde para chegaram [sic] uma hora antes da hora marcada para a expedição partir em sua procura.

As pessoas que estavam reunidas para assistirem á partida da expedição viram aproximar-se o “Sjoeliv” e julgaram que era o barco fretado pelo correspondente da Imprensa Associada.

Não era esperado

Foi grande a sua admiração e entusiasmo quando descobriram que aquela embarcação tinha a seu bordo Amundsen e os seus companheiros.

Ainda não foi revelada a historia completa das aventuras da expedição, mas o incidente que causou maior interesse foi terem quase morrido afogados Dietrichsen e Omdahl, que se separaram do seu grupo, caindo numa fenda de gelo.

Amundsen e Riiser-Larcen ouviram os seus gritos de socorro e propuzeram-se lançar à agua o seu barco de lona, mas isto foi-lhe impossivel devido a uma camada de gelo aguçado que havia na agua e que teria cortado a lona.

No entretanto o americano Ellsworth foi socorrer os homens em perigo, e com o maior exito, conseguiu retira los da fenda em que tinham caido.

O capitão Otto Sverdrup, explorador norueguês, está penalizado com o desapontamento de Amundsen por não ter conseguido chegar ao polo, mas declara que apesar disso, a jornada foi um feito unico no seu genero.

O capitão Sverdrup não está enamorado com a ideia de voar ao Polo Norte, que diz ser evidentemente mais dificil de atingir do que o Polo Sul, e continua a crer que a melhor forma de ali chegar é com cães e trenós.

O Dr. Skatum, presidente da Sociedade de Geografia, crê que as sondagens de Amundsen confirmam o parecer do Dr. Fridtjog Nausen, de que não ha terra no Polo.