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Texto da entrada (ID.1256)

O professor sr. dr. Artur Ricardo Jorge realisou, numa das ultimas sessões da Sociedade das Sciencias Medicas, uma interessante conferencia, profusamente ilustrada de quadros, graficos e projecções luminosas, em que deu conta do belo resultado da missão de estudo de que fez parte, enviada pela Sociedade das Nações à Dinamarca, em 1924, a terceira do mesmo genero em que figurou um portuguez.

Começou o sr. dr. Ricardo Jorge por aludir ás condições especialissimas em que a missão de que fazia parte visitou a Dinamarca. Por toda a parte se lhe abriram as portas de par em par, sem nada ficar, esquecido, desde a organisação e o funcionamento ás dotações e aos resultados; desde o papel do Estado ao da iniciativa particular, desde os opulentos estabelecimentos nacionais ás mais humildes casinhas perdidas pelos campos – tudo esquadrinhado com um excesso de minucia e de precisão, discutido, comparado, criticado pelas vozes diferentes dos membros da missão internacional, onde figuravam 21 paizes europeus e americanos.

Desta soma avultada de documentos de toda a especie soube aproveitar se o dr. Ricardo Jorge para dar da Dinamarca um quadro cheio de relevo, apesar da sua conferencia se limitar apenas aos aspectos da higiene publica e ter deixado de remissa para uma futura conferencia todas as interessantissimas questões de aspecto medico-social.

Limitada, pois, a aspectos preponderantemente medicos, o professor A. Ricardo Jorge soube no entanto evocar os variados aspectos da higiene publica com uma enorme soma de conhecimentos da vida dinamarqueza, de modo a fazer sobressair o avançado grau de civilização da Dinamarca para a qual se torna necessario criar uma nova categoria entre os paizes mais civilisados – a que viria juntar-se a Suecia e a Noruega, a Holanda e a Suissa, e entre os quais a Dinamarca seria o paisz hipercivilizado por excelencia.

O país e os seus habitantes; situação geográfica; clima, população, organização administrativa e politica.

(o conferencista faz uma descrição breve do arquipelago, nos temas acima descritos)

Os serviços sanitarios: sua organização

(descreve a divisão administrativa e municipal do país em 80 áreas sanitarias, confiadas a sub-delegados de saude, demonstra como em todo o vasto dominio da higiene publica o Estado, despejando, embora, os seus cofres, caudais de dinheiro para a higiene publica e a assistencia social – se contenta com uma simples fiscalização, deixando uma larga autonomia, até legislativa, aos municipios. A população acata e secunda eficazemente as doutrinas de higiene. Existem comissões municipais de higiene e locais de epidemias. Explica como se organizam os serviços sanitários na Dinamarca, assim como o funcionamento dos cursos pós-universitarios, para a educação higienica especial dos medicos sanitarios da Universidade de Copenhaga, onde existe a única faculdade de Medicina do país).

A higiene publica – luta contra as doenças epidemicas, a tuberculose, a sifilis e o cancro

A proposito da luta anti-epidemica, estuda de preferencia os aspectos particulares de extrema eficacia que tomam na Dinamarca as medidas de pratica corrente em todos os países. E faz a enumeração dos principais factores de exito. Entre eles figura o estado distribuindo dinheiro, a descentralização e a eficaz colaboração de toda a classe médica.

(No que se refere à tuberculose, a sanocrisina e os banhos gerais de luz voltaica, foram dois métodos que provaram excelentes resultados. P. 2 A tuberculose tem decrescido. Possuem legislação anti-venerea, os hospitais dão tratamento gratuito destas doenças. A sifilis também tem decrescido o número de casos, no entanto o cancro tem vindo a aumentar, sendo que a Dinamarca é um dos centros mundiais da investigação cientifica do cancro).


Referência bibliográfica

[n.d.] - "A Higiene na Dinamarca - Como ali se estudam e combatem os maiores flagelos da humanidade - Uma notavel conferencia pelo professor Artur Ricardo Jorge, na Sociedade de Sciencias Medicas" in Diário dos Açores de 27 de Agosto de 1925, nº. 10021, p. 1-2 (col. 3-5; 6-7). Disponível em linha em http://bd-divulgacaocientificaemjornais.ciuhct.org/entrada.php?id=1256.



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