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Texto da entrada (ID.1266)

A vacina das creanças, na sua primeira edade, tem sido, desde a descoberta do bacilo de Koch, objecto de investigações.

Na Espanha e na America do Sul experimenta-se presentemente a vacina de Ferran, que, comtudo, não deu ainda as suas provas. Mas a França acaba de nos dar uma grande experança. Na Academia de Medicina, Mrs. Guerin, Weillalli, Nigu, Boquet, Wilbert Turpin, etc, comunicaram os resultados dos trabalhos realisados durante vinte anos no laboratorio do Instituto Pasteur e ha três anos em clinicas medicas e veterinarias.

Estes academicos tinham, ha alguns mêses, registado as suas primeiras observações. Os factos que êles revelam agora, se não permitem dizer com absoluta certeza scientifica que a tuberculose está vencida, permitem todavia conjecturar que o será em alguns anos.

É sabido que, sem discrepancia, os tuberculogistas modernos admitem que em quasi todos os casos, a tuberculose se declara desde a primeira infancia, provocando então ou uma doença mortal ou uma febre benigna que pode, no andar dos tempos, não voltar a aparecer ou despertar bruscamente.

É, portanto, desde o berço, do 3º ao 10º dia depois do nascimento, que a vacina preventiva deve ser praticada. Mais tarde a vacina pode resultar em pura perda.

O remedio foi de começo experimentado em macacos e vitelas que são, como se sabe, muito sensíveis á tuberculose. Chegou-se assim a verificar a eficacia do produto e a constatar que os animais vacinados não podiam mais ser contaminados pelos meios laboratoriais de que ordinario os tuberculisam.

Póde-s, por consequencia, afirmar desde já que os animais podem ser vacinados com sucesso contra a tuberculose.

Tão belos resultados animaram a tentar a experiencia no homem. Ela fez-se então com toda a cautela e prudencia necessarias.

No decorrer do 1º semestre de 1922, 178 crianças foram vacinadas. “Nenhuma morreu de tuberculose”. Algumas é certo que fôram perdidas de vista, mas conhecem-se ainda 99 que estão de perfeita saude.

Mais e melhor ainda: Em 1924, durante o primeiro semestre, 177 crianças que viviam todas elas com familias tuberculosas, fôram vacinadas. Qualquer higienista diria que em Paris 32% dessas crianças deviam ter hoje morrido de tuberculose, contaminadas pelos pais. “Ora não morreu uma só”.

Não se trata evidentemente de um caso feliz. Trata-se na verdade duma grande conquista realisada. E não será ousado prognosticar que daqui a pouco ao terrivel tributo de 32% pago á tuberculose pelas crianças de familias contaminadas, será reduzido a zero.


Referência bibliográfica

[n.d.] - "A Tuberculose - Notaveis comunicações feitas à Academia de Paris" in Diário dos Açores de 8 de Outubro de 1925, nº. 10056, p. 2 (col. 5-6). Disponível em linha em http://bd-divulgacaocientificaemjornais.ciuhct.org/entrada.php?id=1266.



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