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Texto da entrada (ID.1490)

N’outro sitio d’este numero do Diario encontrará o leitor na sabia phrase de Flammarion, formulado um problema, que abrange nada mais nem menos que o fim do nosso planeta.

O excerpto do artigo de Flammarion dirá bastante a quem o lêr, sobre o futuro da Terra. Uma outra passagem d’esse mesmo artigo, menos especulativa e menos avançada, revê a Terra de hoje, e em phrase cheia de uma subtil sensibilidade, dá a impressão da poesia grandiosa que a reveste, a impressão quasi saudosa de tudo isso que um dia acabará e se transformará.

É o trecho que offereço ao leitor:

“A Terra, diz Flammarion, revela-nos agora as suas bellezas sob a influencia do sol radiante. Dos polos ao equador a vida apparece em mil formas differentes; as plantas cobrem os montes e os vales, innumeras qualidades de animaes povoam os continentes e os mares; os rios e as torrentes trazem ao oceano o tributo das suas aguas inexgotaveis; o vento sopra nas mattas e nas planicies; os passaros cantam ao pé dos ninhos; brilhantissimas auroras succedem a maravilhosas noites estrelladas, e a industria humana manifesta-se nas enormes cidades erigidas pelo labor das gerações.

A Electricidade e o Vapor estão espalhados em toda a superficie da terra, a sciencia, a litteratura e a arte continuam a sua marcha para um ideal ainda não attingido até agora; e quando contemplamos a série de brilhantes civilisações que ennobrecem a historia, desde as da Babylonia, de Thebas, de Athenas e de Roma, até as de New-york, de Londres e de Paris, parece-nos que esta gloriosa série devia ser eterna na sua progressão.

Aquelles que, porém, gostam de interrogar a Esphinge da Natureza perguntam a si mesmos se se prolongará indefinidamente este estado de fertilidade da terra, se o nosso planeta não contém os germens de decomposição futura, se o sol continuará a brilhar com egual fulgor, se alguma causa, exterior não destruirá a ordem do nosso globo e se os elementos da nossa natureza material não chegarão a dissolver se algum dia em vapores no crepusculo da vida terrestre”.


Referência bibliográfica

Syll - "Impressões e notas - A Terra" in Diário dos Açores de 3 de Junho de 1908, nº. 5097, p. 1 (col. 4). Disponível em linha em http://bd-divulgacaocientificaemjornais.ciuhct.org/entrada.php?id=1490.



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Astronomia
Ciênias da Terra

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