Assistencia Nacional aos Tuberculosos
O illustre professor Bronardel, decano da faculdade de medicina de Paris, acaba de enviar ao sr. D. Antonio de Lencastre, secretario geral da Assistencia, e por intermedio da legação de França, as publicações relativas á prophylaxia da tuberculose, feitas pela commissão extra-parlamentar incumbida em França, no anno findo, de estudar as causas das devastações da tysica n’aquelle paiz.
A cemmissão [sic] nomeada a 9 de novembro, escolheu para presidente o senador Siegfried, antigo ministro e o dr. Brouardel [sic] e ainda não deu por findos os seus trabalhos; continua no estudo do grave problema da assistencia publica aos tuberculosos.
A paginas 30 do relatorio firmado por Brouadel, ácerca dos «Moyens pratiques de combattre la propagation de la tuberculose», sahido a lume em junho ultimo, lemos o seguinte:
«Actuellement le tuberculeux, quels que soient la forme et le degré de sa maladie, est placé dans la salle commune, il y trouve, avec le traitement medical, un asile contre la faim et le froid, mais rarement la guérison, et il y apporte, en retour, le germe de son mal. C’est assez dire quel est, pour les non tuberculeux, le peril d’un séjour prolongé dans une salle d’hopital ou les maladús [sic] soelent dans les murs et les parquets. Le tuberculeux est donc un danger pour ses camarades de salle, et, en consequence, il doit être éloigné des services ordinaires et soigné à part».
Quer dizer, em Paris, nos immensos hospitaes civis da cidade, até hoje, ainda ha a maior promiscuidade entre os doentes atacados de doenças geraes e os tuberculosos. O isolamento d’estes, tão necessario, util e tanta vez preconisado como o melhor meio de restringir o perigo de contagio, não se pratica ali, como vimos.
Sua magestade a rainha apenas em junho do anno findo lançou as bases para a obra dos tuberculosos[,] foi um dos seus primeiros cuidados promover a applicação pratica do principio que mais obsta ao contagio e diffusão da tysica.
Para esse fim, depois de diversas conferencias com o ex-enfermeiro-mór do [h]ospital de S. José e o actual, sr. conselheiro Silva Amado, a Augusta Soberana poude [sic] conseguir o isolamento dos tuberculosos em tratamento no hospital de S. José ou nos seus annexos. Hoje, graças aos humanitarios esforços de sua magestade os tysicos não permanecem nas enfermarias geraes, diffundindo o mal que os devora por todo o hospital, mas são tratados e internados no hospital D. Amelia, em Arroyos, a cargo do distincto clinico o sr. dr. Alfredo Luiz Lopes.
Se a Assistencia Nacional aos Tuberculosos já não tivesse aberto o seu primeiro estabelecimento, o acto que acabamos de referir bastaria, só por si, para dar um irrecusavel testemunho do muito que o paiz tem a esperar da benemerita e humanitaria instituição.