[Crónica sobre os festejos populares de Junho, ilustrada com 5 gravuras da Exposição universal de S. Luís, mostrando 5 pavilhões. A cerca de meio do texto, Rocha Martins faz referência ao fim do Congresso Marítimo Internacional, noticiado no número anterior em várias páginas:]

Foram-se já os congressistas; os estrangeiros, que ahi estiveram, partiram e deixaram saudades da sua alegria, das suas figuras bizarras, das suas aprumadas linhas, das duas maneiras de gentleman tão distinctos que alguem dizia parecer impossivel o viverem d'essas cousas do mar.

Mas é que essa vida do mar já não é hoje de rudeza, porque se dominam as aguas com a sciencia e porque uma nova manifestação do trabalho humano se marca n'essa tarefa da oceanographia pela qual se vão descobrindo os systemas submarinos, a fauna, as camadas, o viver interessante dos animalculos no seio dos mares.

Out'ora ia-se á descoberta de novos horisontes fazendo marchar á vela as naus: agora jão não ha que descobrir á superficie e as vistas dos homens voltam-se para os segredos intimos das aguas. Por isso veem sabios em vez de rudes maritimos reunir-se n'esta cidade, da qual para a aventura da descoberta partiram os maiores marinheiros do mundo n'um seculo de heroismos e tambem de calamidades.