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Texto da entrada (ID.1615)

Sanatorio da Covilhã

Reabre hoje ao publico o sanatorio da Covilhã, com o seu Grande Hotel dos Herminios, inaugurado o anno passado.

O edificio do hotel que ainda não está de todo construido, tem de comprimento 54 metrs e é para 50 quartos.

Por toda a parte ha escarradores fixos e portateis, que os doentes são obrigados a trazer comsigo [sic], evitando assim a transmissão da doença por meio de escarros.

Ao utilissimo emprehendimento do sanatorio da Covilhã está ligado o nome, já vinculado ao sanatorio da Serra da Estrella, de um benemerito que lhe consagrou toda a sua muita actividade e intelligencia – o nosso amigo A. Cesar Henriques.

Assim se evitará em muitos [sic] casas e para muitos doentes a necessidade de sairem do paiz fazendo grandes dispendios para se tratarem no estrangeiro.

D’uma pequena noticia que temos presente ácerca do sanatorio e do hotel transcrevemos os seguintes periodos:

«Este hotel, construido de proposito para o aproveitamento do magnifico «clima de altitude» da Serra da Estrella, em toda as doenças de grande enfraquecimento e nomeadamente na «tuberculose» e inaugurado em 15 de julho de 1899, está situado n’um planalto da Serra, proximo á Covilhã, a 1:530 metros acima do nivel do mar, como a afamada Dawos Platz, na Suissa.

Visitado o local em julho de 1897 pelo eminentissimo dr. Sousa Martins, mereceu d’elle plena approvação para tal fim, sendo então inaugurados os trabalhos da actual empreza.

De todos os tratamentos para combater tão grande doença como é a «tuberculose», só um tem resistido á experiencia de tantos annos – o tratamento pelo ar – todos os outros vão desapparecendo á medida que a pratica vae mostrando a sua inefficacia.

No «tratamento pelo ar», sobresae o «clima das altitudes» pelo seu poder curativo extraordinario, porque, possuindo o que o ar puro da planicie tem de bom, ou o ar da encosta ou da elevação, tem a mais muitos elementos, que encaminham rapidamente á simples melhora, ou á cura completa, e só de 1:450 metros d’altitude para cima, na nossa latitude, elles se podem encontrar.

Dirigida superiormente a empreza do sanatorio da Covilhã por A. Cesar Henriques, sou [sic] fundador, e que foi o primeiro doente que seguiu tal tratamento em Portugal, em 1882, tem a seu cargo o serviço clinico o dr. Julio Costa, da Covilhã, tão habil quanto estudioso, e o hotel está debaixo da direcção de F. Nery Ferreira e sua esposa. A mais rigorosa desinfecção em tudo quanto a sciencia aconselha, o mais escrupuloso asseio em todo o estabelecimento e além d’isso o clima completamente improprio á vida de «bacillus» de Kock e á sua propagação, destroem em absoluto a idéa do contagio, estando assim garantida a immunidade dos que não são doentes.

Salas de bilhar e outros jogos e de leitura, casa de banho, retretas com autoclismo, caixa de correio e telephone para a Covilhã, que põe o sanatorio em communicação immediata e directa com todo o paiz, são commodidades e recreio que o hotel possue.

(…).


Referência bibliográfica

[n.d.] - "Sanatorio da Covilhã" in Diário de Notícias de 1 de Maio de 1900, nº. 12355, p. 2 (c. 2-3). Disponível em linha em http://bd-divulgacaocientificaemjornais.ciuhct.org/entrada.php?id=1615.



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