O «Portugal vinicola»
Por serem justas, transcrevemos de um collega as seguintes apreciações:
«Esta magnifica e importantissima obra do illustre professor do instituto agricola, e director da real associação central de agricultura portugueza, o sr. Cincinato da Costa, apresentada na secção de agricultura portugueza da exposição de Paris, recebeu á [sic] distincção d’um «grand-prix».
O jury, que tem sido d’uma imparcial justiça na distribuição de recompensas, soube avaliar o merito excepcional d’esse livro, do mais elevado valor scientifico, e ao mesmo tempo tão interessante, que honra egualmente o sr. Cincinato da Costa e o bello paiz, que se chama Portugal. «Les portugais sont toujours gais» dizem os francezes, e aquelles que tiverem percorrido as paginas do «Portugal vinicola», escripto primorosamente nas duas linguas, franceza e portugueza, ajuntarão de certo [sic] que seriam impossiveis tristezas sob o ceu que produz os admiraveis fructos, em chromos e autotypias esplendidas, no tamanho natural, ali apresentadas, na terra onde correm, capitosos e esmpumantes, os soberbos vinhos que d’elles se fabricam.
[E]ste notavel livro, em que o sr. Cincinnato [sic] da Costa apresenta os seus estudos sobre a ampelographia e o valor cenelogico das principaes castas de videira em Portugal, é indispensavel a todo o grande viticultor portuguez, que n’elle encontrará, baseadas nos mais seguros processos scientificos, as indicações sobre as castas de videira que precise ou deseje cultivar, quer relativas á physiologia da fructa, quer á sua analyse chimica, que o illustre professor fez rigorosamente ás mais importantes castas.
Duas primorosas e interessantissimas cartas completam a obra, a carta viticola e a carta vinicola indicando a distribuição da videira pelo paiz, e o valor da producção em cada determinada zona.
A ed[i]ção d’este livro de grande e bello formato, que todos pódem admirar na «montre» da livraria Ferin, é ainda uma honra para Portugal. Edição primorosa da Imprensa Nacional, os bellos chromos que a ornam, executados sobre aguarellas de Roque Gameiro, e as magnificas autotypias, são tudo trabalho portuguez.
O sr. Cincinnato da Costa, que tão grandes serviços tem prestado ao bom nome portuguez na Exposição de Paris, tem ali recebido demonstrações de alta estima, que devem satisfazer bastante o nosso orgulho nacional.