Os novos hospitaes de Lisboa
Não é vulgar entre nós, infelizmente, conceber-se o plano d’um melhoramento publico e vel-o realisado em tão curto espaço de tempo como succedeu com os novos hospitaes que vamos descrever e cuja existencia é certamente um motivo de surpreza para a maioria.
No que diz respeito a novos edificios publicos estamos como que habituados a vel-os por longos annos quasi no mesmo estado de adeantamento, quando não se dá o caso de não passarem de sumptuosos projectos inexequiveis por falta de recursos.
D’esta vez, porem, devido á louvavel orientação dos homens a quem os poderes publicos confiaram a missão de dotar a capital com os novos hospitaes de que tanto carecia, estes foram construidos em pouco mais de um anno com a maxima economia, sem que por isso lhe faltem as condições para os collocarem a par dos melhores que se encontram em outros paizes de muito maiores recursos do que o nosso.
Comprovada pelos factos essa excepção honrosa que deve envaidecer-nos, essa demonstração de uma força de vontade e de um trabalho assiduo e dedicado superior a todo o elogio é simplesmente um acto de justiça apontar á gratidão publica os nomes d’aquelles a quem se deve tão grande melhoramento.
Lisboa ressentia-se ha longos annos da falta de hospitaes em condições de satisfazerem ás necessidades da população cujo augmento tem sido consideravel.
Limitava-se todo o serviço de hospitalisação ao antiquissimo edificio do hospital de S. José, embora ampliado e transformado, ao do hospital Estephania, mais moderno mas de dimensões relativamente acanhadas e aos hospitaes do Desterro e de Arroyos, que tambem poucos doentes comportam em relação ao que seria necessario.
Especialmente para molestias contagiosas e no caso da invasão de uma epidemia nada havia a que recorrer a não ser o hospital de Arroyos visivelmente insufficiente para tal fim.
Decerto estão ainda bem patentes na memoria de todos as difficuldades com que se acharam a braços os governos quando por vezes nos ultimos annos nos ameaçaram de perto varias epidemias, recorrendo-se á construcção rapida de abarracamentos provisorios, que apenas poderiam servir por não haver cousa melhor de que lançar mão.
Por fortuna nossa, não teve de avaliar-se praticamente a insufficiencia de taes recursos arranjados de momento e bom será que essa fortuna continue a proteger-nos, mas, se tal não succedesse e Lisboa fosse assolada por uma epidemia, já o caso não seria tão feio, pois que tudo está a postos para fazer face a qualquer calamidade d’essa natureza.
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Em seguida á questão religiosa, que agitou o paiz não ha muitos annos, o governo dissolveu varias congregações, como é sabido, e tomou posse de varios edificios em que tinham as suas sédes.
Entre estes edificios que ficaram desoccupados contava-se o convento do Rego, proximo das antigas portas da cidade, n’uma situação magnifica e tendo anexa uma vastissima cerca.
Pouco depois, pensava-se em adaptal-o a um hospital e, sendo ministro do reino o sr. conselheiro Hyntze Ribeiro, foi por elle nomeada uma commissão administrativa das obras dos hospitaes, á qual foi confiada a missão de adptar [sic] o antigo convento do Rego a um hospital para tuberculosos, a fim de n’elle se reunirem todos os doentes d’este genero que se achavam dispersos pelos outros hospitaes.
Para presidencia d’esta commissão, cujos serviços relevantes vamos descrever, foi acertadamente escolhido o enfermeiro-mór dos hospitaes sr. conselheiro dr. José Curry da Camara Cabral, intelligencia superior e incontestavelmente uma das glorias da classe medica.
Era já este conceito que d’elle se formava não só no paiz como no estrangeiro, antes de deixar tão brilhantemente assignalada a sua individualidade como notavel homem de sciencia[,] como trabalhador infatigavel no elevado cargo que hoje occupa[.]
A seu lado, como auxiliar poderoso para a realisação do seu plano e tambem como trabalhador infatigavel e de comprovada competencia tem tido o sr. conselheiro Curry Cabral na referida commissã[o] o distincto engenheiro do ministerio das obras publicas sr[.] D. Luiz de Mello Correia.
Dedicando-se por completo ao estudo de construcções hospitalares, consultando com a superior intelligencia do que é dotado tudo o qu[e] nos paizes mais ad[ian]tados se tem feito [n’]esto [sic] genero, conseguiu sem difficuldade o sr. D. Luiz de Mel[lo] Correia produzir [um] trabalho tão completo que, segundo ouvimos a alguns medicos notaveis que recentemente teem visitado os melhores hospitaes estrangeiros, estes em nada excedem os que hoje possuimos.
Da mesma commissão faz parte, como secretario, o sr. dr. Teixeira Gomes, que tem tambem o seu quinhão de gloria na realisação dos melhoramentos a que nos estamos referindo.
Não estava ainda concluida a adaptação do antigo convento do Rego, quando, ainda sob a gerencia do sr. conselheiro Hyntze Ribeiro, foi a mesma commissão encarregada de estudar o plano de um hospital para isolamento na vastissima cerca do referido convento do Rego, com o qual Lisboa ficasse preparada para o caso de ser o paiz invadido por alguma epidemia.
Sem perda de tempo e com a mesma dedicação e competencia de que já tinham dado provas, os srs. conselheiro Curry Cabral e D. Luiz de Mello Correia elaboraram o plano do hospital que o governo resolvera construir, tomando como typo o do hospital allemão de Eppendorfer, constituido por um agrupamento de pavilhões de capacidades diversas e separados por amplas ruas.
Esse plano mereceu como era de esperar a immediata approvação do governo e pouco depois abria-se concurso publico para a execução dos trabalhos.
A construcção foi adjudicada ao distincto conductor de obras publicas sr. Joaquim Craveiro Lopes, sobejamente conhecido por muitas outras obras de não menos importancia que tem executado, e o unico dos concorrentes que acceitou o pesado encargo de construir no acanhado espaço de um anno um tão importante conjuncto de edificios.
Fechado o contracto, o sr. Craveiro Lopes desenvolvendo uma actividade febril que tem deixado surprehendidos muitos proficionaes dos mais competentes e empregando verdadeiras legiões de operarios, conseguiu dar por concluidos a tempo todos os trabalhos, e hoje o hospital de isolamento está prompto a receber enfermos pois que apenas se estão a terminar as terraplanagens para regularisação dos arruamentos.
Mais recentemente e em consequencia das dessidencias [sic] que se deram entre os dirigentes do Hospicio do Clero, cuja séde era no antigo convento de Santa Martha, o governo a que presidia o sr. conselheiro Hyntze Ribeiro retirou áquella collectividade a posse do referido edificio e resolveu aproveital-o para um hospital em que será inst[all]ado convenientemente um dos serviços a que hoje é destinado o hospital do Desterro.
Mais uma vez o sr. conselheiro Curry Cabral, auxiliado pelo distincto engenheiro D. Luiz de Mello Correia se desempenhou brilhantemente da sua missão, planeando com admiraveis detalhes de previdencia e observação a adaptação e ampliação do velho edificio que ficará sendo um magnifico hospital para o fim a que se destina.
Os ultimos trabalhos d’este projecto estarão concluidos em poucos dias e dentro de um curto prazo se dará começo aos trabalhos para os quaes já foi votada em côrtes a verba necessaria.
Ao serviço da referida commissão d’obras teem collaborado n’estes melhoramentos os srs. Samuel de Almeida chefe da repartição de obras dos hospitaes, e electricista que superintendeu nos trabalhos de adaptação do antigo convento do Rego; Ernesto de Seabra, distincto conductor d’obras do quadro da camara municipal de Lisboa, que foi o encarregado da fiscalisação da construcção do hospital de isolamento e de dirigir a adaptação da ultima parte do antigo convento para dependencias do hospital, e Guilherme Eduardo Gomes, desenhador do ministerio das obras publicas e constructor, que tem sido o encarregado do levantamento de plantas e execução dos projectos do hospital de isolamento e do hospital de Santa Martha.
O hospital para tuberculosos
Como acima dissemos, este hospital é a transformação do antigo convento do Rego.
Fica a uma consideravel distancia do hospital de isolamento e separado d’este por um vasto jardim limitado por um muro com gradeamento.
Comprehende este hospital 7 enfermarias:
Duas de 16 camas para creanças, sendo uma para o sexo masculino e outra para o feminino; duas para mulheres uma das quaes com 31 camas e outra com 42; duas para homens comportando uma 31 camas e outra, 42 e, por ultimo, uma enfermaria para cirurgia com 38 camas [.]
No mesmo edificio estão situadas a pharmacia, habitações para o pharmaceutico, enfermeiros, fiscal[,] padr[e] e sachr[i]stão, casa de costura, arrecadação[,] etc.
Em anexos [qu]e foram construidos especialmente para esse fim, a c[o]sin[ha], casa das machinas, salas de desinfecção pelo Formol e pelo vapor, forno para cremação de pensos, [ilegível] e sala de operações, capella e casa mor[tuaria].
As enfermarias d’este hospital são o que possa imaginar-se de mais perfeito quanto á abundancia de ar e luz, systema de ventilação e facilidade com que podem ser desinfectadas.
Todas ellas são circundadas por amplas galerias de ferro e tijolo ladrilhados, para recreio dos doentes, e no topo da ala principal ha um vasto salão de estructura metallica, todo envidraçado que serve de refeitorio e onde os doentes podem recrear-se.
Tendo em vista a facilidade e efficacia da desinfecção, a ligação das paredes nos angulos de todos os compartimentos e com os tectos e sobrados são feitas em quarto de circulo e as portas completamente lisas a fim de se tornar impossivel a accumulação de poeiras[.]
Aem [sic] d’isto as portas e as paredes até meia altura são revestidas com brilhantina, um inducto apropriado para poder lavar-se conservando sempre uma superificie absolutamente lisa.
Cada enfermaria é provida de magnificas installações para lavatorios, retretes, com apparelhos os mais praticos e hygienicos que hoje se conhecem, sendo n’estes o revestimento das paredes em azulejo branco hespanhol e os pavimentos de mosaico.
Uma das innovações que contem este hospital é o systema de recolher as roupas infectadas.
N’um compartimento contiguo a cada enfermaria existe na parede uma abertura que vae desembocar ao nivel do jardim.
As roupas infectadas, são recolhidas em saccos apropriados e fechados a cadeado.
Estes saccos são lançados pela referida abertura juntamente com o numero correspondente á enfermaria e um rol da roupa que contem e vão cahir directamente em carros de chapa metallica, hermeticamente fechados em que são levados ás estufas de desinfecção pelo Formol ou pelo vapor.
D’ahi seguem as roupas para a lavanderia, depois de completamente desinfectadas, sabendo-se com facilidade as que pertencem a cada enfermaria.
N’um amplo compartimento d’um dos annexos está montada a cosinha que deve servir aos dois hospitaes[.]
Este compartimento tem uma superficie de 100 metros quadrados, completamente livre, pois que a cobertura mixta de ferro e madeira com um amplo lanternin [sic] ao centro não tem um unico ponto de appoio alem das paredes[.]
Contiguos á cosinha e no mesmo edificio ficam a casa de destribuição de comidas proximo dos elevadores, a casa das caldeiras e das machinas[.]
A cosinha é um verdadeiro modelo quanto á forma como está montada e bem disposta, provida de tudo quanto possa ser necessario para funcionar de um momento para o outro.
Ao centro, uma enorme mesa de marmore e em volta, montados sobre chumaceiras os caldeirões de diversos typos em que é confeccionada a comida. Estes caldeirões são oscilantes e duplos, circulando entre os dois corpos o vapor cuja entrada se abre ou interrompe por meio d’uma disposição engenhosa.
Toda a illuminação dos dois hospitaes bem como dos jardins e ruas que os separam e [sic] feita pela luz electrica.
A installação d[o]s motores de vapor, caldeiras e dynamos é magnifica.
Em consequencia da grande distancia que separa os dois hospitaes todo o serviço de destribuição de comidas e conducção de roupas á desinfecção e lavanderia é feito por meio de automoveis fornecidos pela casa De Dion Bouton.
Estes carros foram especialmente construidos e devem estar em Lisboa por estes dias.
Para recolher os automoveis foi construida uma magnifica garage em uma das dependencias do hospital para tuberculosos.
Junto da entrada principal d’este edificio e em frente da escada principal e elevador fica o edificio do banco e consulta externa.
Possue este edificio magnificas salas para operações e quartos para o pessoal de serviço.
As salas de operações acham-se já providas de todos os apparelhos necessarios, importados do estrangeiro e fornecidos pelos melhores fabricantes.
Alguns são curiosissimos bem como as installações para destribuição de agua quente e fria, apparelhos de lavagem, vitrines para guardar instrumentos cirurgicos e preparações.
No ponto mais afastado do jardim foi construida uma pequena capella com entrada especial, tendo anexa a casa mortuaria ou deposito de cadaveres cuja disposição é magnifica.
Alem dos varios compartimentos para serem collocados os cadaveres em observação, tem uma casa para autopsias, provida de tudo quanto possa ser necessario e uma ampla sala, nas melhores condicções hygienicas ao longo da qual corre a um dos lados uma barimba de marmore, niclada, para exposição dos cadaveres.
Em um outro ponto do jardim está situado o forno para cremação de pensos, analogo ao que possue o hospital de S. José.
Hospital de isolamento
Fica este hospital situado, como dissemos, na antiga cerca do convento do Rego.
Constituido por 20 pavilhões dispostos em dois alinhamentos divididos por uma ampla avenida, nos topos da qual ficam situados dois grandes edificios de dois pavimentos.
Um d’estes edificios, o que fica do lado do hospital para tuberculosos é dividido em quartos e salas com todas as oceomodações [sic] neces[s]arias patra alojamento do pessoal; o outro é destinado para os serviços da administração, pharmacia, laboratorio e mais dependencias.
Dos referidos 20 pavilhões que constituem este hospital 14 comportam 33 camas cad[a] um; 2 são para 15 camas e 4, para 6.
Alem das enfermarias, cada pavilhão possue quartos para enfermeiros e uma ampla s[a]la envidraçada para recreio do[s] doentes.
O systema de construcção é analogo ao do hospital para tuberculosos, tendo-se evitado escrupulosamente quaesquer angulos tanto nas portas como nas paredes e tectos, que possam facilitar a accumulação de poeiras.
As paredes e portas são egualmente revestidas de brilhantina a fim de serem facilmente desinfectadas e lavadas.
Os pavimentos são todos de betonilha construida sobre abobadilhas de ferro e tijolo para não ficarem em contacto com o solo, fazendo-se o accesso aos pavilhões por meio de rampas suaves que reunem a altura da caixa de ar.
Todos os pavilhões são illuminados por amplas e numerosas janellas cujos caixilhos do tpyo [sic] de guilhotina são divididos em 3 partes e sobem ou descem por meio de um engenhoso systema de contrapesos, podendo assim abrir-se a janella completamente ou em parte, segundo as conveniencias.
A parte que fica abaixo do peitoril é tambem constituida por um caixilho de balanço podendo assim fazer-se o arejamento completo das enfermarias, que alem d’isto possuem um numero de ventilladores do typo Dulton.
Tanto o hospital para tuberculosos como o de isolamento estão completamente concluidos bem como todas as dependencias.
O primeiro está inteiramente mobilado e provido de utensilios e no do isolamento procede-se actualmente á collocação do mobiliario.
As camas são todas providas de colchões de arame; [a]s banquinhas de cabeçeira [sic], todas de ferro e o resto do mobiliario, mesas de enfermarias, secretarias dos medicos, aparadores e mesas dos refeitorios, bancos etc., em pitch-pine.
Brevemente serão transferidos para o hospital de tuberculosos todos os enfermos d’este genero que estão nos outros hospitaes e os variolosos que estão no hospital de Arroyos virão occupar alguns dos pavilhões de isolamento, a fim de se fazerem as reparações necessarias n’aquelle hospital.
Destina-se como dissemos a centralisar e completar um dos ramos de serviço para que tem sido empregado o hospital do Desterro, e para esse fim aproveitar-se-ha o edificio onde esteve o Hospicio do Clero, antigo convento de Santa Martha.
Este edificio, que é vastissimo e cuja construcção data de cerca de 3 seculos está em grande parte arruinado pois que o hospicio apenas occupava uma das alas em que foram feitas as reparações indispensaveis.
É, comtudo, de uma construção magnifica, tendo um bello claustro com arcadas de cantaria a que serve de centro uma bonita e curiosa fonte de marmore.
Nas trazeiras do edificio fica uma enorme cerca que liga com o bairro Camões e pelo lado opposto occupa todo o comprimento da travessa de Santa Martha.
A transformação do edificio será completa segundo o projecto approvado, que comprehende tambem a construcção de todos os annexos necessarios, entre estes a de dois corpos para o lado da cerca, cada um com dois pavimentos.
Este hospital ficará tendo 17 enfermarias e 40 quartos particulares com um total de 500 camas. N’elle serão centralisados todos os serviços de fiscalisação sanitaria e de tratamento de doentes sujeitos a essa fiscalisação, acabando os diversos dispensarios que hoje existem em varios pontos da cidade. Do lado da travessa de Santa Martha serão construidos: Um vasto dispensario com amplas salas de observação e de desinfecções, gabinetes para os medicos, arrecadações, outras dependencias e uma sala de espera para 150 pessoas; o edificio para a consulta externa, com salas de observação e de espera, gabinetes para os medicos e [quarto] para os enfermeiros de serviço e, por último, um outro edificio para habitação do fiscal e das enfermeiras.
O dispensario terá entrada independente pela travessa de Santa Martha.
No edificio antigo e nos dois corpos que serão construidos na cerca, ficarão as enfermarias, quartos particulares, administração, habitação de moços, estação de incendios e um posto para a guarda municipal.
Para todas as enfermarias haverá refeitorios especiaes, a fim de facilitar a policia do hospital, salas de observações, banhos e outras dependencias, sendo alem d’isso dispostos os quartos dos enfermeiros por forma a poderem estes exercer uma vigilancia constante.
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Por esta resumida descripção mal se poderá formar uma ideia completa do que são os novos hospitaes que já estão construidos e aquelle cuja construcção começará em breve; bastará porem, para se comprehender quanta tenacidade, bom criterio e sabia orientação tem manifestado o sr. conselheiro Curry Cabral, auctor d’estes grandiosos melhoramentos que tem dirigido e acompanhado com uma solicitude sem precedentes vigiando dia a dia os mais simples detalhes e incitando com o seu grandioso exemplo e auctorisado conselho os que n’esta ardua tarefa o teem acompanhado.
Ao sr. conselheiro Curry Cabral e ao distincto engenheiro sr. D. Luiz de Mello Correia nos referimos ha dias acerca da inauguração do instituto Finsen no hospital de S. José, cuja descripção fizemos e que constitue uma manifestação de progresso que honra não só estes cavalheiros como o nosso paiz.
Este serviço relevante e os que acabamos de descrever elevam á cathegoria de benemerito o homem a quem o paiz fica devendo taes melhoramentos aos quaes o seu nome ficará indissoluvelmente ligado bem como o dos ministros sob cuja gerencia se effectuaram; o sr. conselheiro Hintze Ribeiro como iniciador d’esta grandiosa obra e o sr. conselheiro Pereira de Miranda como seu digno continuador.
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Os «clichés» dos desenhos são do nosso collaborador artistico José Joaquim de Almeida.
[NOTA - O artigo possui várias imagens; legendas:
“hospital para tuberculosos – Ala principal e salão envidraçado”; “Dr. Curry Cabral”; “Avenida Central do Hospital de isolamento”; “hospital de isolamento – Capella e casa mortuaria”; “hospital de isolamento – Edificio para habitação dos enfermeiros”; “D. Luiz de Mello”; “Guilherme Gomes”; “Ernesto Seabra”; “hospital de isolamento – Cozinha, casa das machinas e desinfecção”; “hospital do rego – Cozinha”; “Joaquim Craveiro Lopes”; “hospital do rego – Casa das machinas”; “Samuel de Almeida”; "hospital para tuberculosos – Enfermaria para 42 camas”]