Corveta ‘Bartholomeu Dias’

Foi afundado no domingo, 8, em Loanda, este vaso de guerra, a respeito do qual temos os seguintes apontamentos:

Construida nos estaleiros de Greem & Cª. em Londres, foi comprada pelo governo portuguez para conduzir a Portugal a rainha D. Estephania, fazendo-se para isso as ornamentações na camara e obas insispensaveis, que importaram em 9:610$900 réis.

Este bello vaso de guerra era de systema mixto, tinha 208 pés de comprimento e 34 pés e 8 pollegadas de bocca e lotação de 1:227 toneladas.

A machina era de 400 cavallos e occupava um espaço egual a 204 tonelladas.

Montava 20 peças de calibre 32 e 1 rodizio de 68.

Custou, com as obras da camara real, em 327:701$920 réis.

Foi lançada ao mar em Londres a 2 de janeiro de 1858 e chegou ao Tejo a 26 de março.

Saiu de Lisboa para ir buscar a futura rainha D. Estephania a 19 de abril, voltando ao Tejo com a excelsa princeza a 17 do maio seguinte.

Tomando o infante D. Luiz, depois rei de Portugal o commando da «Bartholomeu Dias» partiu a corveta para uma viagem aos Açores e Madeira e no anno seguinte foi o infante tambem a seu bordo visitar os arsenaes da Gran-Bretanha.

Voltando a Lisboa saiu novamente para Inglaterra conduzindo a infanta D. Maria Anna e seu esposo o principe Jorge da Saxonia e foi depois ao imperio de Marrocos, conduzindo além do infante, seu pae el rei D. Fernando.

Sob o commando do mesmo infante foi a corveta «Bartholomeu Dias» em 1860 fazer uma viagem ás possessões africanas.

Em seguida foi buscar o príncipe Leopoldo de Hohenzollern, noivo da infanta D. Antonia conduzindo-os depois ao porto do Antuerpia saindo de Lisboa a 18 de setembro de 1860.

A 15 de Setembro de 1862 parte para Genova a fim de receber a seu bordo a princeza real de Italia, sr.ª d. Maria Pia de Saboya, esposa do fallecido monarcha sr. D. Luiz, regressando a 5 de Outubro a Lisboa.

«O Archivo Pittoresco» tomo V pag. 257 publicou uma vista da entrada da “Bartholomeu Dias”, na occasião em que, juntamente com as esquadrilhas portugueza e italiana ancoravam defronte de Bellem. É desenho e gravura de Pedroso.