Vapor português «Mossamedes»
Como o Diario de Noticias em tempo informou, pouco antes de começar a guerra europeia a Empresa Nacional de navegação tinha quase comprado o vapor inglês «Courtfield».
Declarada a guerra, o governo inglês lançou mão do vapor e a venda desfez-se.
Depois de muitas dificuldades conseguiu finalmente a Empresa comprar o vapor «Sumatra» que passará a ter o nome de «Mossamedes».
Foi contruido em Glasgow em 1895 pelos srs. A. Stephen para a grande Companhia Inglesa Peninsular e Oriental e ultimamente pertencia á Companhia «Arab Steamers Limited» de Bombaim.
É um navio de aço medindo 4;615 toneladas («gross») e 2;958 «net».
Póde carregar 5;841 toneladas de peso incluindo o carvão das bancas, aguada, etc.
O deslocamento com a imersão maxima de 7,m77 (25 1I2 pés) é de 9;678 toneladas.
As principais dimensões são:
Comprimento 121.m91 (400 pés).
Boca 14,m28 (46,7 pés).
Pontal 8,m44 (27,7 pés).
O duplo fundo celular serve para lastro d’agua e abrange a ré 26,m8 e debaixo das caldeiras e maquinas 22,m8, comporta 786 toneladas.
O tanque de proa «peak tank» comporta 62 toneladas e o de ré 49.
O navio é dividido em oito compartimentos por sete anteparas estanques cimentadas.
Tem acomodações para 46 passageiros de 1.ª classe, 50 de 2.ª e já transportou 1:400 soldados.
Avante debaixo do castelo encontram-se as acomodações para a tripulação.
A meia nau, no tombadilho dos botes, o camarote do comandante junto á ponte, e a ré de chaminé, os alojamentos para o imediato e 2.º piloto e a sala de fumar.
Por uma escada por ante a ré do camarote do comandante desce-se para o salão de jantar de 1.ª classe, que tem uma mesa grande e quatro pequenas. Aos lados desta sala e para ré estão os camarotes de 1.ª classe, quatro casas de banho, retretes, etc.
Por debaixo da casa de fumar estão alojados os maquinistas.
As acomodações para os passageiros de 2.ª claasse são á popa por debaixo do tombadilho. Sobre este encontra-se a entrada para a camara, uma pequena casa no convez que serve de sala de fumar da 2.ª classe.
A cada bordo, a ré da chaminé, ha uma escada de portaló com dois patins, dando um para as camaras e outro para o tombadilho dos botes.
A meio tem o navio nos tturcos seis baleeiras salva-vidas e a ré, no tombadilho, duas embarcações mais pequenas.
Para carga ha quatro porões com duas cobertas de aço e teca, providos dos necessarios guinchos, guindastes e paus de carga.
A iluminação é electrica e existe a bordo telegrafia sem fios.
A maquina, de triplice expansão, tem tres cilindros cujos diametros são 0m,66, 1m,22 e 1m,95.
O curso dos embolos é de 1m,37.
Fornecem o vapor duas caldeiras de dupla frente com oito fornalhas caneladas tendo 154 pés quadrados de superfície de grelha; a superficie de aquecimento é de 6720 pés quadrados.
A força nominal da maquina é de 498 cavalos.
O consumo de carvão a 11 milhas por hora é de 50 toneladas por dia e á velocidade de 12,5 milhas de 70.
Para fazer ideia do aumento de valor dos vapores, devido á guerra, bastará dizer que tendo este vapor sido vendido em janeiro de 1914, por 97 contos, foi agora pago por mais de 180.