Base de Dados CIUHCT

Divulgação Científica em Jornais



Texto da entrada (ID.2305)

Pela marinha mercante

Um novo barco: o «Orion» e a Companhia União Luso-Brasileira

Quando se fundou a Companhia de Transportes Maritimos Luso-Brasileira desde logo lhe vaticinamos um prospero futuro. O empreendimento a que abalançava, o de principalmente estreitar as relações entre os dois paises irmãos, Portugal e Brasil, merecia todas as simpatias, e todos que desejavam ver a nossa terra engrandecida formulavam votos porque em breve ele se tornasse numa realidade.

Assim sucedeu. Ontem pelas 17 horas, nas notas do notario Emigdio da Silva fui lavrada a escritura de entrega do Ingre Orion á União Luso-Brasileira.

Não podia inaugurar a União a sua flotilha com um melhor barco. Construção genuinamente portuguesa, feita nos importantissimos estaleiros de S. Martinho do Porto, pertencentes aos srs. Freitas Miranda e Arrobas da Silva, capitão da marinha mercante, as principais caracteristicas do «Orion» são:

Quinhentas toneldas, aproximadamente, construido com pinho manso e bravo, carreando uma 800 toneladas, tendo o convés corrido com tombadilho em cima, com 18 metros de comprimento, 10m,10 de largura de boca, 4m,85 de pontal, tendo de calado em lastro 9 pés e 14 de calado em carga. A sua tripulação é de 11 homens, tendo três mastros latinos com redondo á prôa.

A construção, desnecessario é dizê-lo, foi muito cuidada.

É curvado em ferro, tem vimes dois metros abaixo da curvatura, está preparado para levar motor e tem rebordos á prôa para carregar madeira.

Tem malinete de ferro patente com braças de boa amarra, dois ferros e ancoreta, escovens de engolir ferros, leme de parafuso sem fim, bombas americanas, de 4 polegadas, câmara dentro do tombadilho e com boas comodidades, casa de rancho em cima do convez, com cozinha a seguir e acsa de caldeirinha ou motor que fôr adoptado. O porão é livre, tendo só o paiol das amarras no bico da prôa. Os três mastros são de Origon-Pine, o grupez e pau da bujarrona de Spruce e os mais paus de Biga e pinho.

Os aparelhos são de arame, as velas de algodão americano desde o numero 0 e os cabos de manobra de manilla americana.

O «Orion», de que são comandante o sr. Leopoldo Vergueiro Lopes e imediato o sr. Alberto F. Costa, dois homes vantajosamnete conhecidos na nossa marinha mercante, sai já no proximo dia 10 de barril com carga para Cabo Verde, com escala pela Madeira e tocando nos portos da praia e de S. Vicente.

Para celebrar o acto da entrega, cujas escituras foram lavradas, pelas 17 horas de ontem, nas notas do notário Emygdio da Silva, a direcção da Companhia de Transportes Maritimos União Luso-Brasileira, representada pelos srs coronel Antonio M. Andarde Vellez, capitão Martinho José de Sousa Monteiro, Loureço Correia Gomes e Vasco da Cruz, ofereceu ma magnifico «lunch» fornecido pela Casa Ferrari, a diversas pessoas amigas.

Trocaram-se afectuosos brindes, tendo falado os srs. Martinho de Sousa Monteiro, Arrobas da Silva, John Vale, chefe dos escritorios, Lourenço Correia Gomes, cmapos Duarte e em nome da imprensa a distinta jornalista D. Virginia Qauresma, que saudou os iniciadores da união Luso-Brasileira.

Foi uma festa simples, mas duma alta significação e daqui fazemos votos pelas propseridades da união Luso-Brasileira.


Referência bibliográfica

[n.d.] - "Pela marinha mercante / Um novo barco: o «Orion» e a Companhia União Luso-Brasileira" in Diário de Notícias de 23 de Março de 1920, nº. 19507, p. 2 (c. 8). Disponível em linha em http://bd-divulgacaocientificaemjornais.ciuhct.org/entrada.php?id=2305.



Detalhes


Nome do Jornal


Mostrar detalhes do Jornal

Número

Ano Mês Dia Semana


Título(s) do Artigo


Título

Género de Artigo
Notícia Original

Nome do Autor Tipo de Autor


Página(s) Localização do Artigo na(s) página(s)


Tema
Indústria
Sistema de Transporte

Outros
Palavras Chave


Notícia