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Pensamentos, Palavras e Obras

O TELESCOPIO

Sem o conhecimento da astronomia, poderiamos dizer que não tinhamos a consciencia de que existimos, nem do lugar em que habitamos. Por sua vez, o conhecimento da astronomia, em grande parte, se deve á invenção das lunetas astronómicas e dos telescópios, aparelhos igualmente destinados á observação dos astros e cuja preferencia apenas as circunstancias podem indicar.

A luneta astronómica é essencialmente formada por um sistema combinado de lentes que traz a uma grande aproximação os objectos longinquos que desejamos apreciar.

O problema das objectivas durante muito tempo preocupou os sábios da especialidade, podendo, de certa maneira, dizer-se que as primeiras noções exactas sobre a função das lentes vêm de Herschel, que em 1785 conseguiu fazer construir objectivas de notaveis dimensões. Seguidamente, outros sábios contribuiram para fixar a verdadeira teoria das lunetas, como L. Foucault, André e outros.

O telescópio difere, pois da luneta pela substituição da lente objectiva por um espelho côncavo.

Primeiramente Zucchi, e em seguida Mersenna, tiveram a ideia deste instrumento. Mais tarde, Gregory imaginou o mesmo aparelho, chegando a publicar num livro seu, em 1663, a descrição do seu invento; mas não encontrando em Londres um artifice da especialidade capaz de o construir, desistiu do seu intento.

Todavia, a marcha da sciencia não afrouxou, cabendo a Newton a honra de haver realizado o primeiro telescópio, em 1671. Efectivamente, o aparelho original, que ainda existe nas colecções da Sociedade Real, compõe-se de um espelho côncavo fixado na extremidade de um tubo aberto no lado oposto.

A imagem real do objecto a observar forma-se, em imagem invertida, em a b. No trajecto dos raios luminosos encontra-se um espelho m inclinado a 45º que os reflecte para a’ b’. Actualmente, o espelho é substituido pela face de um prisma. A imagem real a’ b’ observa-se por meio de uma lente ocular o, que dá uma imagem ampliada do objecto.

Na primeira metade do seculo XIX a construção dos telescópios teve um grande desenvolvimento. A John Herschel se deve a invenção de telescópios celebres, dos quais, o maior era formado por um espelho de um metro e quarenta e sete centimetros de diametro, com um poder de ampliação correspondente a seis mil vezes. Lord Ross ultrapassou aidna estas gigantescas dimensões, com o admiravel «Levialhan», colossal instrumento óptico que media um metro e oitenta e três centimetros de abertura.

Mais tarde, Foucault substituiu os espelhos metálico-esfericos por espelhos parabólicos de vidro estanhado; desta maneira, marcou o sábio francês, na historia da óptica, um notavel progresso. Na realidade, o espelho parabólico, concentrando os raios exactamente paralelos ao eixo do seu fóco, anula a chamada aberração da esfericidade.

Ordinariamente, os astrónomos preferem as lunetas aos telescópios, nas medidas de direcção, e desprezam estes ultimos nas observações solares, por causa das deformações que o calor produz na nitidez da imagem.

Sem o auxilio deste maravilhoso instrumento, a sciencia astronómica não teria atingido o grau de desenvolvimento que actualmente tem.

[NOTA - Esta artigo integra o suplemento infantil do DN e cujo título é 'Notícias Miudinho']


Referência bibliográfica

[n.d.] - "Pensamentos, Palavras e Obras / O TELESCOPIO" in Diário de Notícias de 8 de Janeiro de 1925, nº. 21182, p. 5 (margem inferior). Disponível em linha em http://bd-divulgacaocientificaemjornais.ciuhct.org/entrada.php?id=2368.



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