SEMANA ASTRONOMICA

XIII

Quarta-feira teremos a Lua novamente em quadratura, mostrando-nos do seu disco só a metade ocidental iluminada e culminando ao sul pelas 6 horas da tarde. Nesse mesmo dia estará no apogeu da sua orbita, deixando portanto de se afastar de nós e passando a aproximar-se. Vamos ter luar ao começo da noite, por ora ainda escasso, mas no fim da semana já brilhante e duradouro, embora sensivelmente menos do que era ha três ou quatro meses.

Mercurio estará amanhã na sua maxima elongação oriental, quere dizer que ao poente o poderemos ver ao seu maior afastamento do Sol, com o aspecto de uma lucida estrela de primeira grandeza, no clarão crepuscular da tarde, seguindo na esteira do Sol e mergulhando no ocaso cêrca de uma hora depois dele. Não será facil reconhecê-lo agora.

Venus ainda é estrela de alva, mas nasce apenas uns dez minutos antes do Sol.

Marte está proximamente a meia distancia entre as Pleiades e o grupo notavel das Hiadas que formam um V junto á estrela de primeira grandeza Aldebaran, olho do Touro.

Jupiter e Saturno vêem-se bem, quasi estacionarios em Sagitario e Libra respectivamente, mas aparecendo cada dia mais cedo, como vai sempre sucedendo a todas as constelações.

Entre eles, pela constelação de Virgo, surgiram agora inesperadamente dois cometas telescopicos, por enquanto apenas visiveis em poderosos instrumentos, não se podendo prevêr ainda se virão a oferecer qualquer interesse especial que justifique falar-se deles.

O comprimento dos dias vai ainda em rapido aumento, agora principalmente de manhã, em que durante a semana crescerão 11 minutos. De tarde só crescem 7 minutos. Desde 22 de Dezembro já ganharam mais de 3 horas ao todo.

As constelações visiveis ao fechar-se a noite são: ao sul, os Cães, Maior e Menor; para ocidente, Orion, Tauro; para oriente, Leo e Virgo, e mais abaixo a Hidra erguendo a sua cabeça entre Procion e Regulus. A noroeste desaparecem Aries e Andromeda, seguidas por Perseu e Auriga. A nordeste aparecem o Boieiro, a Coroa Boreal; sobre o horisonte [sic] do norte, o Dragão e Cassiopeia, e por cima a Ursa Maior, de cauda para a direita, sinal da primavera.

FREDERICO OOM.