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Divulgação Científica em Jornais



Texto da entrada (ID.2530)

Uma revista illustrada de Londres, recentemente publicada, entrega-se a devaneios ácerca dos prodigios que a febre da velocidade realisará n’um futuro proximo. Essa febre é de dia para dia mais aguda, o tempo tornou-se para o homem d’um valor infinitamente maior do que era n’outro tempo. Poupar, ganhar tempo supprimindo as distancias, tal é a preoccupação, a obsessão da engenharia mundial.

Quaes serão, n’essa ordem de ideias, os projectos mais realisaveis e que já se acham esboçados na mente da geração actual?

Temos em primeiro logar um tunel por baixo da Mancha, ou então a ponte gigantesca que se propõe galgar o estreito em enormes columnas de ferro.

Os comboios circulariam em carris invertidos, de modo a parecer a quem os visse do mar, como suspensos ás arcadas da ponte, em perpetuo perigo de se precipitarem nas ondas.

O custo total da construção está orçado em cerca de 800 milhões de francos, mas o que seria esta somma em comparação com o immenso resultado obtido de ligar o continente europeu ás ilhas britanicas, resultado material e moral ao mesmo tempo, pois que tal ponte seria, além d’um admiravel instrumento de trafego, uma obra prodigiosa de pacificação e civilisação.

E se houvesse uma guerra? Bastaria por meio de um pacto mundial neutralisar a ponte, como está neutralisado o canal de Suez, obrigando-se os beligerantes a consideral-a como não existente.

(...)

Outro projecto bastante curioso para a passagem da Mancha consiste n’um tubo pneumatico de aço, posto no fundo do mar. (...)

(como se fosse um foguete em que os passageiros pagassem bilhete e a viagem entre Paris e Londres efectuar-se-ia em horas)

p. 2 A ultima palavra das maravilhas ferro-viarias será a linha africana, que ligará o Cabo ao Cairo e sobre a qual com a velocidade de 200 km por hora se transportará em dois dias á distancia de 8000 kilometros, que separa em linha recta as duas extremidades do continente negro.

O Nilo, o Congo e o Zambeze fornecerão a energia necessaria, e o camello, o antigo navio do deserto, assistirá aterrado á passagem fulgurante das locomotivas electricas, acionadas por 35 milhões de cavallos das cascatas do Zambeze.

(...)


Referência bibliográfica

[n.d.] - "Os progressos de amanhã" in Diário dos Açores de 22 de Setembro de 1908, nº. 5186, p. 1-2 (col. 6; 1). Disponível em linha em http://bd-divulgacaocientificaemjornais.ciuhct.org/entrada.php?id=2530.



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