Semana astronomica

II

Tendo sido lua cheia ante-ontem, e sendo quarto minguante no sabado, continuamos esta semana gozando o afamado «luar de janeiro», embora a lua vá nascendo sempre mais tarde e apresentando cada dia uma fase mas acentuada.

Durante toda a semana a lua vai-se aproximando da terra.

O comprimento dos dias é que aumenta já muito sensivelmente. Nesta semana ganham nove minutos, sendo dois de manhã e sete á tarde, visto que o sol já cada dia nasce mais cedo e põe-se mais tarde.

Venus continua a ser a estrela de alva, nascendo muito antes do sol e conservando-se bem visivel, no arrebol da manhã, graças ao seu intenso brilho que a deixa ainda ver quando já é dia claro e até depois de nascido o sol. Na sexta-feira estará em conjunção com Mercurio, que se acha actualmente numa das epocas em que menos dificil é vê-lo. Esta coincidencia será uma circunstancia muito favoravel para quem desejar observar este planeta, geralmente pouco visivel e mau de identificar. Quem tiver agora essa curiosidade, e não temer a madrugada, lá o encontrará facilmente pelas 7 horas da manhã, um pouco ao norte de Venus, com o aspecto de uma estrela de primeira grandeza. Fixando em dias sucessivos a posição dos dois astros, ver-se-á claramente o seu movimento relativo, indo ambos a aproximar-se do sol, mas Venus mais velozmente, por agora. Em fevereiro será o contrario.

Jupiter tambem nasce pouco antes do sol e poderá ver-se a meia distancia proximamente entre este e Venus.

Saturno, visivel depois da meia noite, e Marte inclinando-se para o poente, conservam as situações já mencionadas.

O aspecto do céu estrelado, ao terminar o crepusculo da tarde, é pouco diferente do que referimos. Ao sul ainda vemos a Baleia e Aries; perto do zenite estão Andromeda, Perseu e Aúriga; para poente, Pegaso e Aquario; ao nascente, Orion, os dois Cães, Maior e Menor, Gemini e Cancer; ao nordeste, a Ursa Maior, com a cauda para baixo, sinal de estarmos no inverno.

FREDERICO OOM.