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Texto da entrada (ID.2595)

(Um sabio que andava apaixonado por uma prima co-irmão coloca a questão ao dr. Ox)

Quando se affirma que os casamentos consanguineos são muitas vezes estereis , produzem filhos degenerados, surdos-mudos ou idiotas, é porque se fundamenta a opinião em casos particulares ou em dados estatisticos. Nem uns nem outros me parecem bastante demonstrativos.

Podem todavia, citar-se factos individuaes. Não julgo, porém, que a consanguinidade, só por si, predisponha para o estado surdo-mudo, mas tambem não o evita.

Podem citar-se individuos surdos-mudos, idiotas e epyleticos, descendentes de casamentos consanguineos, mas isto nada prova, porque seria muito bom que os casamentos consanguineos só produzissem filhos saudaveis.

Citam-se não só numerosos casamentos consanguineos cujos filhos são fortes e saudaveis, mas tambem familias cujos casamentos d’este genero constituem uma tradição hereditaria e que não fôram menos prolificos e vigorosos.

Tal é a família d’um conhecido doutor Bourgeois que publicou a curiosa genealogia n’uma these que se tornou celebre em Paris.

Na sua propria expressão, “ella era carregada de consanguinidade”; porque contava até 64 uniões realisadas entre parentes, as quaes déram todas excellentes herdeiros.

Citam-se muitas outras do seu genero. Não resiste á tentação de apresentar, entre outros exemplos, o dos “Frantcis”, descobertos por um viajante francez, M. Rousselet, quando fazia na India Central uma viagem scientifica, em 1861.

Foi surprehendido este sabio, por ter encontrado uma colonia franceza, catholica, “tendo conservado uma puresa frisante, todos os caracteres da nossa raça”, governada por um chefe hereditario, chamado Bourbon. Elles proprios intitularam-se “Frantcis”; não falavam senão uma lingua indiana, conservando do francez apenas algumas palavras muito adulteradas.

Conclue


Referência bibliográfica

[n.d.] - "Os casamentos consanguineos - A opinião do dr. Ox – Será prejudicial o casamento entre primos?" in Diário dos Açores de 13 de Outubro de 1908, nº. 5204, p. 1 (col. 5). Disponível em linha em http://bd-divulgacaocientificaemjornais.ciuhct.org/entrada.php?id=2595.



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