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Polinização artificial da palmeira do azeite
Entre os notabilissimos estudos e trabalhos que sobre a palmeira do azeite («Elaeis Guineensis» Jacq.) os holandeses têm feito em Sumatra, ocupam um lugar de destaque as investigações sobre a polonização artificial, executados pelo dr. C. Heussen («Artificial Pollibnation in the Oil Palm» - 1922).
As flores da palmeira do azeite são misturadas, agrupando-se em inflorescencias, umas masculinas, outras femininas; por vezes encontram-se na mesma inflorescencia flores masculinas e flores femininas, o que contudo não passa de simples casos anomalos.
A polinização ou fecundação das flores femininas faz-se na natureza por intermedio do vento ou dos insectos; sucede, porém, que em média nem metade das flores são fecundadas, dada a incerteza daqueles dois agentes. Daqui veio a ideia de procurar fazer a polinização artificial, de modo a que todas ou quasi todas as flores masculinas e femininas sejam fecundadas e se transformem em frutos, aumentando extraordinariamente o rendimento da palmeira. Para melhor se fazer uma ideia da importancia desta operação, deve considerar-se que uma inflorescencia feminina de bom tamanho tem cêrca de 6:000 flores.
As experiencias feitas têm sido cercadas dum exito completo, sendo actualmente a polinização artificial uma pratica corrente na maior parte dos palmares das plantações de Sumatra.
O polen das flores masculinas da palmeira do azeite, conservado num recipiente fechado, em que a humidade seja totalmente eliminada com cal virgem, conserva o seu poder germinativo durante a semana, o que é da maior importancia, pois se pode guardar o polen de bons exemplares, esperando o tempo necessario para que se possam fecundar varias inflorescencias de outras palmeiras. Uma inflorescencia masculina tem em média 150:000 flores com cêrca de 900 milhões de grãos de polen.
Experiencias cuidadosamente conduzidas permitiram estabelecer que a polinização deve ser feita dentro dos três primeiros dias após a eclosão das flores femininas, para dar o seu maximo de bons resultados. De resto, é facil de reconhecer, com um pouco de pratica, com dois ou três dias de antecedencia e pelo simplas aspecto da inflorescencia, quando as flores desabrocham.
O regime mais pesado que se tem encontrado em palmeiras polinizadas naturalmente pesavam 57 quilogramas, ao passo que palmeiras polinizadas artificialmente chegam a produzir em Sumatra regimes pesando 78 quilogramas!
Experiencias já feitas mostram que a polinização artificial aumenta a produção 150 %. Estas experiencias carecem, porém, de ser repetidas para se fazer um juizo seguro.
(…)
UM AGRONOMO.
Referência bibliográfica
'Um agrónomo' - "Polinização artificial da palmeira do azeite"
in Diário de Notícias
de 25 de Janeiro de 1925, nº. 21199, p. 9 (c. 6-7). Disponível em linha em http://bd-divulgacaocientificaemjornais.ciuhct.org/entrada.php?id=2610.
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