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Texto da entrada (ID.2612)

«Noticias» radio-telegrafico

Um posto de T. S. F. com 2 ou 4 lampadas

Vamos indicar a forma de construir um posto compondo-se duma lampada amplificadora de alta frequencia em ressonancia, uma lampada detectora de reacção e duas lampadas amplificadoras de baixa frequencia com transformadores.

A fim de permitir a recepção seja aos auscultadores seja em «haut-parleur», dividimos o posto em dois aparelhos bem distintos que se podem juntar rapidamente, por meio de cinco pequenas barras de metal.

Um das duas partes do posto contém os circuitos de sintonização e de ressonancia, a lampada de alta frequencia e a detectora. A outra parte encerra a montagem das duas lampadas de baixa frequencia.

O material necessario para a construção da primeira parte é o seguinte:

1 caixa de madeira sem [tam]po com as seguintes dimensões: altura [?]0 cm., largura 19 cm., comprimento 29 cm., espessura da madeira 8 milimetros. As medidas indicadas são as exteriores.

Uma chapa de ébonite com 20 cm. de largura, 30 cm. de comprido e 5 milimetros de espessura forma o tampo.

2 suportes moveis para bobines ninho de abelha.

1 suporte fixo bobines ninho de abelha.

10 bornes.

8 «donilles».

1 reostato de aquecimento para duas lampadas.

2 condensadores variaveis de 0,5/1000 com «vernier» e com faces de ébonite.

1 condensador fixo de 0,15/1000.

1 resistencia fixa de 5 megohms.

1 jogo de bobines ninho de abelha para os comprimentos de onda que se desejam receber.

1 condensador fixo de 2/1000.

Todas as peças empregadas deverão ser de muito boa fabricação.

Toda a montagem, salvo os dois condensadores variaveis que são colocados na frente da caixa, deverá ser feita na chapa de ébonite.

Os condensadores variaveis ficam isolados da madeira por meio dos parafusos que se fixam na face de ébonite do proprio condensador.

Os condensadores já v[ê]m munidos de espessas rodelas de metal que permitem a sua colocação de forma a que os suportes metalicos das chapas moveis e fixas não toquem na madeira.

Para a passagem do eixo central do condensador far-se-á um buraco bastante largo na madeira de forma que não haja contacto.

A montagem é executada para permitir a recepção das ondas superiores á fundamental da antena empregada, o que para uma antena de 30 metros ou mais pequena permite a recepção das ondas a partir de 250 ou 300 metros.

No caso em que a onda a receber seja mais pequena ou a antena mais comprida, coloca-se um inversor que permita pôr o condensador variavel da antena, seja em serie seja em paralelo.

A coplagem entre as bobines da antena e de ressonancia é variavel, mas não ha necessidade de se utilizar senão para a recepção da telegrafia.

Para a recepção das emissões radiofonicas, o efeito amplificador suplementar obtido por esta coplagem é praticamente desprezivel, por isso basta deixar estas selfs completamente desacopladas.

A figura 1 mostra o esquema da montagem.

Neste esquema A e E são os condensadores variaveis de 0,5/1000 com vernier.

B, C e D as bobines ninho de abelha.

F o condensador de detecção de 0,15/1000.

G o rheostato de aquecimento.

H a resistencia de 4 mégohms.

I um condensador fixo de 2/1000.

Os auscultadores estão ligados aos bornes K e os bornes J servem para ligar o amplificador de baixa frequencia quando o queiramos empregar.

A figura 2 mostra o aparelho terminado e indica o lugar das diferentes peças.

A regulação faz-se desacoplado B e acoplando C e D até que se ouça o ruido caracteristico do «accrochage». Em seguida regula-se E ou A de forma a ouvir-se um ruido continuo que indica que os circuitos da antena e de ressonancia estão em sintonia um com o outro. Manobra-se em seguida A e E conjuntamente de forma a encontrar o assobio da onda de suporte do posto de telefonia de madeira a deixar ficar a regulação no meio de este assobio, onde ele tem o som tão grave quanto possivel. Depois não ha mais do que descopiar D de C até ao ponto onde se obtem a potencia maxima conservando a pureza e nitidez, e perfaz-se a sintonia com o auxilio dos verniers de A e E. Poder-se-á procurar depois se a complagwm de B e C dá um pouco mais de amplificação. Uma boa regulação necessita um certo habito que se adquire bastante rapidamente e é preciso notar que a forma de regular um posto sensivel tem muita influencia no seu rendimento.

Recomendamos o emprego duma boa antena bem desafogada, pois muitas vezes os maus resultados obtidos e que são imputados ao aparelho receptor, em realidade provém duma antena defeituosa seja pelas suas dimensões, seja pelo seu isolamento, seja ainda pelo lugar onde é colocada.

Se se deseja obter a recepção em «haut-parleur» bastará construir o amplificador de duas lampadas de baixa frequencia, como vamos descrever.

Para a sua montagem é necessario:

1 caixa de madeira com 10 cm. de altura, 19 cm. de largura e 19 cm. de comprimento.

1 chapa de ébonite com 20 X 20 cm. e da mesma espessura que a precedente.

7 bornes.

8 «donilles» para lampadas.

1 rheostato para duas lampadas.

1 transformador B F relação 5.

1 transformador B F relação 3.

Faz-se a construção do aparelho conforme o esquema da figura n.º 3.

Os bornes D ligam-se aos bornes J do aparelho detector e os bornes E ligam-se aos bornes K do mesmo aparelho no lugar dos auscultadores, que serão ligados aos dois bornes de saída.

A é o rheostato de aquecimento, B o transformador relação 5 e C o transformador relação 3.

Este aparelho de baixa frequencia pode ser empregado sómente como amplificador, basta ligar os bornes E no lugar dos auscultadores do aparelho (de galena ou outro qualquer) de que se deseja amplificar a recepção, e ligar os bornes D ás correntes de 80 volts e 4 volts. Na montagem dos transformadores é necessario respeitar o sentido do enrolamento.

Se se liga a entrada do primario ao + 80 e a saída á placa duma lampada, é necessario ligar a entrada do secundario ao – 4 e a saída á grade da lampada seguinte. Não seguindo estas indicações pode dar lugar a assobios intoleraveis nos auscultadores.

[NOTA - Contém uma fotografia e um desenho]


Referência bibliográfica

[n.d.] - "«NOTICIAS» RADIO-TELEGRAFICO / (...) / Um posto de T. S. F. com 2 ou 4 lampadas" in Diário de Notícias de 25 de Janeiro de 1925, nº. 21199, p. 10 (c. 3-5). Disponível em linha em http://bd-divulgacaocientificaemjornais.ciuhct.org/entrada.php?id=2612.



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