(médico russo que acha que a epidemia se pode combater pela aplicação de uma vacina, no entanto tambem devem ser adoptadas medidas sanitarias e profilaticas. )

p. 2 Um jornalista francez procurou saber a opinião do illustre professor Metchnikoff, o eminente sub director do Instituto Pasteur.

É inutil – diz o grande sabio – uma pessoa vaccinar-se. Não, porque a vaccina de Haffkine, preparada com culturas vivas do vibrião cholerico, ou a vaccina de Kolle, fabricada com bacillos mortos, não sejam efficazes. Mas esta vaccinação é perfeitamente inutil se se tomarem as precauções que eu tenho indicado muitas vezes: beber agua fervida; comer alimentos quentes, evitar pratos frios, os legumes, os fructos que puderem ser de qualquer modo emporcalhados. A inoculação d’essas vaccinas não se faz sem dor. É inoffensiva, é verdade, mas muito dolorosa, e a reacção é das mais vivas.

No Instituto Pasteur temos feito d’essas vaccinações, ha alguns annos, e um dos nossos empregados do laboratorio oppôz-se absolutamente a segunda inoculação. Não se póde dizer com certeza que uma pessoa vaccinada fica immune contra o cholera. Demais, a vaccina não póde senão immunisar contra o cholera, prevenil-o, mas não é um auxiliar no tratamento. O unico remedio que se possue contra o cholera é o soro, descoberto por Salimbeni, Roux e por mim, e n’este momento experimentam-no em S. Petersburgo contra a epidemia.

O cholera curado pela morphina

(o médico R. Burkitt tratou um grande número de doentes no Egipto aplicou aos doentes injecções de 15 mg a 2 cg, curando algumas pessoas. No Instituto Pasteur não conhecem esta técnica).