Le monde marche, como dizia o outro, e até se progride na arte de matar... Agora, e em Nantes, segundo nos conta a Bibliotheque Universelle, fizeram-se curiosas experiencias de um novo methodo de matar os animaes em açougue, por meio da electricidade.
Parece que o systema, ideia do sr. Leduc não só é mais humano, como muito mais hygienico.
Resumamos as informações, d’aquella revista franceza.
A electroexecução inventada por Leduc não emprega as formidaveis tensões adoptadas na America para a pena de morte, e com as quaes os condemnados chegam a ser queimados antes de terem morrido e só succumbem depois de haverem supportado soffrimentos inauditos.
Leduc emprega a mesma corrente que serve para a illuminação electrica da cidade, uma corrente de baixa tensão e de direcção constante, que elle torna regularmente intermittente por meio de um interruptor especial.
Graças a este systema a corrente interrompe-se cem vezes por minuto, e cada vez que se fecha o circuito, não passa se não por um millesimo de segundo.
Os electroides são applicados sobre a testa e sobre a columna vertebral do animal; por este meio a corrente passa pelos centros nervosos.
Esta corrente de fraca tensão produz o somno electrico, uma especie de coma, durante o qual não ha nem sensibilidade, nem movimento, como o demonstram inumeras experiencias.
Quando cessa a corrente, cessa o estado de somno e ao acordar o paciente não experimenta nenhuma perturbação.
Se se augmenta porém, a tensão, produz-se uma excitação muscular, uma contracção geral acompanhada de paragem da respiração, á qual se segue quasi de repente a paralysia do coração.
Na pratica, apenas se fecha o circuito, o animal cahe por terra, ficando rigido: se se interrompe o circuito depois de alguns minutos, o animal volta à vida: deixando-se, porem, circular a corrente durante dois minutos, o animal passa do somno para a morte insensivelmente.
Para supprimir esta demora inutil, mette-se o ferro ao animal assim que elle cahe por terra.
Dado o estado comatoso em que elle se encontra, esta operação nada tem de deshumana, tanto mais que a hemorrhagia que se produz é necessaria para a salubridade das carnes e apressa forçosamente a morte.
Este processo tem dado excelentes resultados. Ha apenas um ponto a estudar: o da applicação dos electroides, pois que pelo modo por que hoje se opera gasta-se tempo de mais.
Vida Urbana