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Texto da entrada (ID.2643)

Le monde marche, como dizia o outro, e até se progride na arte de matar... Agora, e em Nantes, segundo nos conta a Bibliotheque Universelle, fizeram-se curiosas experiencias de um novo methodo de matar os animaes em açougue, por meio da electricidade.

Parece que o systema, ideia do sr. Leduc não só é mais humano, como muito mais hygienico.

Resumamos as informações, d’aquella revista franceza.

A electroexecução inventada por Leduc não emprega as formidaveis tensões adoptadas na America para a pena de morte, e com as quaes os condemnados chegam a ser queimados antes de terem morrido e só succumbem depois de haverem supportado soffrimentos inauditos.

Leduc emprega a mesma corrente que serve para a illuminação electrica da cidade, uma corrente de baixa tensão e de direcção constante, que elle torna regularmente intermittente por meio de um interruptor especial.

Graças a este systema a corrente interrompe-se cem vezes por minuto, e cada vez que se fecha o circuito, não passa se não por um millesimo de segundo.

Os electroides são applicados sobre a testa e sobre a columna vertebral do animal; por este meio a corrente passa pelos centros nervosos.

Esta corrente de fraca tensão produz o somno electrico, uma especie de coma, durante o qual não ha nem sensibilidade, nem movimento, como o demonstram inumeras experiencias.

Quando cessa a corrente, cessa o estado de somno e ao acordar o paciente não experimenta nenhuma perturbação.

Se se augmenta porém, a tensão, produz-se uma excitação muscular, uma contracção geral acompanhada de paragem da respiração, á qual se segue quasi de repente a paralysia do coração.

Na pratica, apenas se fecha o circuito, o animal cahe por terra, ficando rigido: se se interrompe o circuito depois de alguns minutos, o animal volta à vida: deixando-se, porem, circular a corrente durante dois minutos, o animal passa do somno para a morte insensivelmente.

Para supprimir esta demora inutil, mette-se o ferro ao animal assim que elle cahe por terra.

Dado o estado comatoso em que elle se encontra, esta operação nada tem de deshumana, tanto mais que a hemorrhagia que se produz é necessaria para a salubridade das carnes e apressa forçosamente a morte.

Este processo tem dado excelentes resultados. Ha apenas um ponto a estudar: o da applicação dos electroides, pois que pelo modo por que hoje se opera gasta-se tempo de mais.

 


Referência bibliográfica

[n.d.] - "A electricidade nos matadoiros" in Diário dos Açores de 28 de Outubro de 1908, nº. 5217, p. 1 (col. 4). Disponível em linha em http://bd-divulgacaocientificaemjornais.ciuhct.org/entrada.php?id=2643.



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