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Divulgação Científica em Jornais



Texto da entrada (ID.2661)

Uma revista estrangeira registou ha pouco o definitivo acabamento d’uma construcção que fica sendo uma verdadeira maravilha, attestando o surprehendente engenho do homem moderno.

p. 2 A casa magica, denominação por que é conhecida no povoado onde é situada, pertence ao engenheiro electricista Jorge Knap, que a planeou e construiu em Troyes, - uma localidade franceza.

Jorge Knap gastou n’esta construcção e suas installações a modica quantia de quinhentos e cincoenta contos de réis (...)

Desde a inauguração d’esta casa até agora, centenares de engenheiros e de architectos a teem visitado, não falando n’uma verdadeira legião de jornalistas, sem contar os redactores artisticos das illustrações de maior fama.

A casa electrica, ergue-se ao meio d’um grande jardim no extremo d’uma soberba alameda separada da rua por uma grade.

Quando um visitante chega e toca à campainha, não apparece como nas outras moradias um creado, ou uma creada a indagar o que deseja o recem-chegado. O dono da casa avisado pelo timbre, deita a mão ao receptador d’um apparelho telephonico e sem que o visitante saiba d’onde vem a voz, pergunta-lhe quem é e o que quer.

Comprida esta formalidade ouve-se um tenue silvo e corrido inesperadamente os ferrolhos, sem que a pessoa alguma lhe toque, a porta abre-se, de par em par, ante o recem-chegado como se fosse empurrada por mãos invisiveis.

Entra o visitante e a porta fecha-se automaticamente, achando-se então aquelle na alameda onde não vê viva alma; mas, logo um voz que parece sahir detraz d’uns pilares proximos, solicita do recem-chegado o favor de avançar até ao jardim. Se a visita é á noite, ao entrar o visitante a alameda illumina-se de subito e dezenas de lampadas fulgem então por entre o arvoredo, dando ao conjuncto um aspecto feerico.

Quem entrar no local deve evitar proferir inconveniencias, ou commentarios desagradaveis em voz perceptivel, porque uns apparelhos habilmente dissimulados entre a verdura, transmittem ao dono da casa as mais insignificantes palavras, por mais baixo que sejam pronunciadas! Um encanto para maldizentes...

(no degrau da entrada exitem umas escovas que limpam os pés dos visitantes)

(Mesa de jantar: quadrada, com os quatro angulos recortados em curva, de forma que esteja com toda a comodidade quem ali se sentar.)

 


Referência bibliográfica

[n.d.] - "A casa magica - Maravilhas da electricidade – A moradia de Jorge Knap – Quinhentos e cincoenta contos de réis em installações – A realisação de um conto de fadas" in Diário dos Açores de 10 de Novembro de 1908, nº. 5228, p. 1-2 (col. 6;1). Disponível em linha em http://bd-divulgacaocientificaemjornais.ciuhct.org/entrada.php?id=2661.



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