Texto da entrada (ID.2704)
O distincto e mallogrado bacteriologista portuguez, dr. Camara Pestana, uma das victimas da infecção pestosa em Portugal, escreveu a este respeito:
“Como nos individuos, as doenças infectuosas agudas teem um marcha regular produzindo uma immunidade mais ou menos prolongada, e pondo-se a coberto de nova invasão, assim no meio social, as epidemias teem uma evolução determinada, marcada por um “periodo ascencionalmente crescente” em que são dizimados os maus susceptiveis, adquirindo o virus a maxima virulencia pelas passagens successivas em meio tão apropriado, até poder invadir os individuos mais resistentes, começando o segundo periodo ou de fastágio [sic]. É quando a doença apresenta a sua forma mais typica porque o organismo não se deixa vencer facilmente, sem reagir, desenrolando-se então a symptomatologia completa, representante de todas as phases do combate.
“Depois o meio começa a exgotar-se; os individuos ou estão immunisados por ataques anteriores, ou teem uma tal resistencia que se não deixam subjugar.
“Inicia-se agora o periodo de “decadencia”, decadencia motivada pela resistencia organica devida á selecção feita pela propria epidemia e à degenerescencia do virus.
Faltando ao microbio a passagem successiva pelo organismo animal que lhe augmenta ou conserva a virulencia, fica elle exposto á influencia deleteria do meio, ao ar, ao sol, e á temperatura, até que debilitado em extremo, extingue-se, se medidas hygienicas adequadas removerem as condições favoraveis á sua existencia ou então reduz-se á sua antiga condição, á sua primitiva virulencia, determinando um ou outro caso esporadico até que as aptidões morbidas renascendo, ou pela attenuação successiva da immunidade adquirida, ou pela renovação constante do meio social, produza uma nova irrupção epidemica, geralmente menos mortifera que a primeira, porque a immunidade pode transmittir-se, posto que enfraquecida, por hereditariedade."
Referência bibliográfica
[n.d.] - "O que é a virulencia na peste"
in Diário dos Açores
de 17 de Dezembro de 1908, nº. 5259, p. 2 (col. 3). Disponível em linha em http://bd-divulgacaocientificaemjornais.ciuhct.org/entrada.php?id=2704.
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