No meu artigo de antes d’hontem toquei muito de leve em assumptos importantes, que valia a pena esclarecer para profissionais e leigos.

(...) o primeiro ponto é sobre se o bacilo de Koch é o unico ou principal agente da tuberculose humana.

(...)

O primeiro caso referido em sciencia é a celebre zoogleia, amontoado de microbios, de Malassez e Vignal em 1883, extrahida d’um medulo subcutaneo d’uma creança morta de meningite tuberculosa, que inoculado a animaes reproduziu a tuberculose.

(...) querer pois encontrar um remedio especifico para a tuberculose é uma ideia insensata.

Behring

Annunciou este grande homem de sciencia, hoje na Europa e no mundo o mais brilhante bacteriologista, a promessa de curar a tuberculose, e marcou um praso para realisar a grande descoberta. O praso já passou e nada veio ao publico da ridente esperança que o seu glorioso nome fez conceber.

Podemos agora conceber a causa do insucesso. Para curar a tuberculose é mister curar outras doenças, talvez ainda indeterminadas debaixo do confuso nome de tysica.

(...)

A cura da tuberculose

Pelo exposto pode agora comprehender-se como eu comprehendi e emprehendendo a cura da tuberculose. O meu soro é nitidamente anti-tuberculoso. N’este momento tenho uma cabaia quasi completamente curada, tendo ainda vestígios de uma infecção tuberculosa experimental.

A este soro pretendo juntar outro que trago em preparação adeantada para curar a infecção produzida pelo que suponho o microbio que na pathologia humana acompanha o bacillo de Koch e faz os estragos denominados tysica.

(...)

Este trabalho só conto completal-o no continente, mas no meu pobre laboratorio de prothologia experimental já se encontram os elementos todos do problema como eu o comprehendo.

Ponta Delgada, 16 de Agosto de 1907

J. J. Marques Guimarães