Semana astronOmica

VI

Depois de tão variados acontecimentos celestes, como foram um eclipse do Sol visivel para nós, um eclipse quasi total da Lua e os formosos e interessantes aspectos oferecidos pelos planetas Mercurio, Venus e Jupiter, nas semanas passadas a actual é despida de qualquer parcela de interesse. Decorre toda entre uma Lua Cheia, no domingo, e um Quatro Minguante na segunda-feira, não cabendo portanto nenhuma destas fases no periodo aqui abrangido. Tambem quanto á sua distancia a nós, a Lua nesta semana não passa por nenhum dos pontos notaveis da sua orbita, pois esteve no apogeu em 4, e estará no perigeu em 20, vindo portanto a aproximar-se.

É actualmente muito notavel o aumento dos dias. Nesta semana crescerão sete minutos de manhã e oito minutos de tarde, dando um total de mais de dois minutos por dia.

Mercurio já muito difilmente [sic] se vê de madrugada, por nascer pouco antes do Sol; mas Venus conserva-se ainda bem visivel, mercê do seu extraordinario brilho, embora nasça pouco mais cêdo. Antes dela aparece Jupiter, que, por estar quasi imovel no firmamento, vai ficando diariamente mais longe do astro do dia, vendo-se portanto cada vez melhor.

Saturno estará no domingo em conjunção com a Lua, mas antes de ambos surgirem (já depois da meia noite) sobre o nosso horisonte. Marte está entre Aries e Gemini.

Escasseando agora o luar ao começo da noite, melhor se podem contemplar as ricas constelações que, de inverno, brilham no firmamento. Ao Sul, o Eridano, Aries e Tauro, acolitando o opulento Orion, seguido para nascente pelo Cão Maior com a deslumbrante Sirius, pelo Cão Menor com Prócion, e por Gemini com as duas estrelas de primeira grandeza Castor e Polux. A erguer-se sobre o horisonte oriental, Leo com a estrela Regulus; a descer para o ocaso, Pegaso e a Baleia; perto do zenite, Auriga e com a linda estrela Capela, e Persen [sic] com a famosa variavel Algol. Ao Norte a Ursa Menor, como que suspensa da Estrela Polar; e a Nordeste a Ursa Maior, de cauda pendente.

FREDERICO OOM.