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Texto da entrada (ID.2744)

O MAIOR FLAGELO

A “Gripe” pneumonica

causou mais vitimas do que todas as epidemias que a historia menciona em seus anais

Num dos seus ultimos numeros a «Révue de Genebra» publica um curiosissimo artigo do professor Hersch, intitulado a «Guerra e a Pneumonica», do qual extraímos os periodos seguintes:

«O «front» sanitario terminou por ceder. Primeiramente foi, como era natural, nos países mais atrazados: na Servia, na Russia, na Polonia e tambem em grande parte da Austria Hungria, onde o tifo acabou por ser senhor absoluto em terreno conquistado.

Mais tarde o «front» sanitario cedeu nos outros países beligerantes. Venceu-o uma epidemia cuja natureza e cuja profilaxia não são, contudo, suficientemente conhecidas, não obstante os terriveis estragos que causou e que, como a guerra, se propagou por quasi todo o mundo, vitimando mais gente do que todos os outros flagelos que a historia menciona. A gripe pneumonica atingiu todos: beligerantes e neutrais, militares e civis, homens e mulheres, crianças e adultos.»

O professor Hersch descreve, em seguida, a marcha da epidemia, que teve o seu inicio nos Estados Unidos, nos campos de instrução, propagando-se ás Filipinas, ás Indias e, por ultimo, á França, de onde irradiou para toda a Europa.

O artigo conclui assim:

«Parece, portanto, que na propagação do agente patogeneo, nas condições favoraveis á sua propagação e á sua virulencia, a guerra desempenhou um papel determinativo. Quanto á segunda condição essencial para o desenvolvimento desse agente, e á existencia de uma epidemia, quere dizer, á diminuição da força de resistencia individual, parece-nos inutil insistir aqui sobre a sua estreita união com a guerra. Essa condição foi demasiado directa, demasiado sensivel para, a nós todos, passar desapercebida [sic]. As privações de toda a especie, sobretudo a deficiencia de alimentação, as grandes fadigas, as inquietações e os sofrimentos morais que militares e civis, beligerantes e neutrais, em diferente escala, é certo, tiveram de suportar, prepararam o terreno onde havia de germinar uma enfermidade geralmente inofensiva mas que, em tais condições, se transformou num flagelo devastador, como jámais o mundo conheceu.


Referência bibliográfica

[n.d.] - "O MAIOR FLAGELO" in Diário de Notícias de 21 de Fevereiro de 1925, nº. 21225, p. 1 (c. 6). Disponível em linha em http://bd-divulgacaocientificaemjornais.ciuhct.org/entrada.php?id=2744.



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