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Pensamentos, Palavras e Obras

A MAQUINA DE VAPOR

Se enchermos de agua um vaso de metal fechado, e em seguida fizermos ferver a agua, o vapor desenvolvido dentro dele, ali acumulado, não tardará a fazer rebentá-lo, por mais espessas que sejam as suas paredes. Quere isto dizer que a força elastica do vapor de agua é poderosissima. Tirando-se todo o partido desta força construiram-se as maquinas a vapor.

Foi Papin o primeiro que fez a descoberta da força expansiva do vapor, que a aplicou para movimento de uma bomba, com o seu famoso invento conhecido pelo nome de «marmita de Papin»; Newcomen aplicou-a para realizar o movimento alternado dos pistões das bombas, para o esgotamento das minas. Mas foi James Watt, um dos espiritos mais completos que têm existido, que criou todos os orgãos da maquina a vapor: primeiro, separou o pistão do cilindro da caldeira, depois imaginou o condensador do vapor, transformou, por meio do paralelogramo articulado, o movimento rectilineo em movimento rotativo, mantendo vertical o deslocamento da haste do pistão; e, finalmente, inventou o regulador da força centrifuga, ainda hoje usado, graças ao qual a velocidade do volante se mantem constante.

Robinson, aproveitando tambem a força expansiva do vapor, conseguiu dar movimento á rodas de um carro, descoberta que Cugnot, mais tarde, aplicou, construindo o primeiro veiculo movido por uma maquina a vapor.

Posteriormente a Cugnot, os progressos da sciencia chegaram até á construção das grandes locomotivas que arrastam os comboios em que viajamos, e chegam atingir velocidades quasi vertiginosas, de 100 quilometros á hora.

A invenção da primeira locomotiva rolando sobre «rails» de ferro, e arrastando carruagens, é devida a Georges Stephenson. Teve a ideia de aplicar á maquina a «caldeira tubular» inventada por Seguin, e activar a tiragem lançando um jacto de vapor na chaminé. A partir deste momento, a locomotiva foi-se aperfeiçoando até que em 1825, passou a transportar não só mercadorias, como tambem passageiros.

O funcionamento da locomotiva é relativamente simples, se bem que a construção de uma dessas maquinas maravilhosas seja bastante complicada. Graças ao calor da fornalha, a [a]gua da caldeira, transform-se [sic] em vapor que segue, por meio de tubos especiais, para um cilindro dentro do qual se encontra um embolo, o qual impelido, ora de um lado, ora de outro, executa um movimento de vai-vem, que se comunica a uma haste por sua vez ligada á articulação das manivelas das rodas motoras.

Nos barcos a vapor, cuja descoberta se deve ao engenho de Fulton, o maquinismo é semelhante; o orgão motor é a «roda de palhetas» – que em parte mergulha na agua – ou a «helice» – grande aprefeiçoamento [sic] na tracção maritima, devido a Smith.

[NOTA - Este artigo faz parte da secção infantil do Diário de Notícias, intitulada 'Notícias Miudinho'.

Contém ilustrações; legendas: “Maquina de Watt”, “Locomotiva”, “Locomotiva de Stephenson”, “Motor de gás pobre”]


Referência bibliográfica

[n.d.] - "Pensamentos, Palavras e Obras / A MAQUINA DE VAPOR" in Diário de Notícias de 5 de Março de 1925, nº. 21236, p. 5 (margem inferior). Disponível em linha em http://bd-divulgacaocientificaemjornais.ciuhct.org/entrada.php?id=2753.



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