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Texto da entrada (ID.2759)

Um jardim que ressuscita?

Uma rapida visita ao Jardim Botanico – Miserias e belezas – A que pode a falta de verba – Ouvindo o dr. Rui Teles Palhinha

O jardim da Escola Politecnica, hoje Faculdade de Sciencias ou Jardim Botanico, é, sem duvida, um dos mais belos trechos da cidade, enlevo de naturais, admiração de estrangeiros. Ha muito fechado ao publico, é com prazer que noticiamos que amanhã nele o transito será livre. O jardim ressuscita? Assim parece e assim no-lo deu a entender o sr. dr. Ruy Teles Palhinha, scientista ilustre, botanico de renome e lente da Faculdade, que ao jardim tem consagrado tempo e amor. Mas porque ha tanto tempo o jardim é vedado ao publico? Porque novamente ao publico é concedido?

- Porque, diz-nos o dr. Palhinha, porque foi fechado? Porque lhe falta verba, porque não tem guardas, porque carece de operarios. (…)

O dr. Ruy Teles Palhinha diz-nos (…) que o jardim troca milhares de plantas com outros jardins da Europa, milhares de plantas recebendo em troca. A direcção de um jardim botanico é como a direcção de uma grande biblioteca de vulgarização. Dá e recebe, mas se tem brio afirma-o fazendo por dar mais e melhor do que recebe.

- Agora mesmo, diz-nos o dr. Palhinha, eu tenho fé em que um diplomata nosso, o dr. Euclides Goulart da Costa, da America do Norte, corresponda ao apêlo que particularmente lhe fiz.

Nós lembrámos: E porque, não criar os «Amigos do Jardim»? Porque não se arvora meia duzia de admiradores seus em protectores desvelados? Ha quem não goste de quadros, quem não goste do mar, que não possa ver a serra! E ha quem só viva para o seu jardim dispersando a alma na cultura de exquisitas [sic] especies e raras plantas. Porque, preguntamos [sic] nós, porque se não reunem estes e não fazem uma pequena associação, enfermeira das plantas que ali morrem á mingua? Á pregunta «Um jardim que ressuscita»? responderia ela. E Lisboa, e Portugal teriam enfim o seu jardim, visto que quem mais o ama, quem mais por ele se mecha, que mais por ele peça, não houve, não ha, não haverá, do que esse mais do que todos botanico e amigo dr. Ruy Teles Palhinha…

[NOTA - contém fotografias; legendas: "Um dos mais lindos trechos do formoso jardim, orgulho de uma capital civilizada”; “O dr. Rui [sic] Teles Palhinha, director do Jardim e lente da Faculdade de Sciencias”; “Um trecho do jardim onde se vêem a passagem dos vandalos – Ao alto uma palmeira por eles atrofiada”; “Uma preciosa escadaria onde se reunem a Arte, a beleza, a estética e a delicia dos olhos"]


Referência bibliográfica

[n.d.] - "Um jardim que ressuscita? " in Diário de Notícias de 15 de Março de 1925, nº. 21246, p. 1 (c. 2-6). Disponível em linha em http://bd-divulgacaocientificaemjornais.ciuhct.org/entrada.php?id=2759.



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