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Divulgação Científica em Jornais



Texto da entrada (ID.2814)

As festas da cidade

na capital do norte

estão decorrendo com grande brilhantismo, atraindo milhares de forasteiros

(…)

Conferencia pelo ilustre professor da Faculdade de Medicina do Porto dr. Tiago de Almeida

No salão nobre da Faculdade de Medicina do Porto e sob a presidencia do sr. ministro da Instrução, o ilustre professor da Faculdade de Medicina, sr. dr. Triago [sic] de Almeida, realizou hoje uma notavel conferencia. (…).

Entre a selecta assistencia notava-se grande numero de senhoras.

(…)

Antes de entrar no assunto da conferencia – a evolução da clinica medica no Porto – o sr. dr. Tiago de Almeida agradeceu ao sr. ministro da Instrução as saudações que lhe dirigiu, bem como ao ilustre director da Faculdade, sr. dr. Alfredo de Magalhães, que entendeu eu deveria prestar o meu concurso ás festas do primeiro centenario, fazendo a historia da clinica portuense.

Em seguida começou a fazer a historia da Escola Medica, que principiou ha um seculo em uma pequena dependencia do hospital de Santo Antonio, em 1825. Em 1836 o ensino da clinica medica foi alargado, aperfeiçoando-se cada vez mais e segundo a evolução da sciencia até 1911, que o governo provisorio fez a reforma que ainda hoje vigora, apesar das alterações feitas aos respectivos decretos com força de lei.

Fala a seguir da influencia que a evolução da medicina exerceu na clinica. O ensino na Escola Medica do Porto foi acompanhando o desenvolvimento que teve no estrangeiro, por intermedio da França, país de onde Portugal tem recebido as maiores influencias. Alude a Bichat, notabilissimo sabio francês que entre nós mais criou o desejo de progresso na clinica, seguindo as suas sugestões, aproveitando os seus trabalhos e observações. Refere-se depois aos patologistas notaveis que não só na França como em toda a Europa tiveram as suas doutrinas.

A Escola do Porto não deixou de acompanhar todos esses trabalhos, aproveitando-os e seguindo-os.

Foi no seculo XIX que apareceram os manicomios; pouco tempo depois essa iniciativa tinha repercussão em Portugal, criando-se hospitais apropriados e desenvolvendo-se o estudo com Julio de Matos e Magalhães Lemos.

O mesmo acontece com o estudo da raquiologia.

Novas cadeiras são criadas á medida que a sciencia se desenvolve, sendo aproveitadas com a maxima solicitude, para todas as doenças.

(…)

Em seguida, ocupa-se da historia da clinica medica no Porto, desenvolvida pela iniciativa particular e pelo incitamento dos medicos.

(…)

Tambem as estancias termais se têm desenvolvido, sendo algumas delas servidas por medicos portuenses.

Fala depois das sociedades medicas, antes e depois da criação da Escola.

A imprensa medica mereceu sempre grande atenção aos professores de clinica medica. Foi em 1871 que apareceram os primeiros trabalhos medicos na «Gazeta Literaria». Hoje ha apenas uma publicação, sustentada pela dedicação do dr. Almeida Garrett. Cita os jornais que mais duraram, «Novos Medicos» e «Medicina Moderna».

(…)

A Escola do Porto já não é real nem de cirurgia; mas conserva hoje, como sempre, as nobres qualidades que a distinguiram e a hão-de distinguir.

(…).

[NOTA - no artigo fez-se a enumeração das diferentes áreas ou cadeiras pouco a pouco ministradas no curso, bem como dos professores responsáveis pelo seu ensino]

 


Referência bibliográfica

[n.d.] - "AS FESTAS DA CIDADE / NA CAPITAL DO NORTE" in Diário de Notícias de 24 de Junho de 1925, nº. 21346, p. 2 (c. 3-4). Disponível em linha em http://bd-divulgacaocientificaemjornais.ciuhct.org/entrada.php?id=2814.



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