N’O Primeiro de Janeiro deu-se a seguinte noticia: “A Indepedence Belge” referia-se n’um dos seus ultimos numeros a uma grande descoberta do professor da Universidade de Bruxellas, Octavio Laurent. Este insignio medico, que ha annos estuda com ardor a cura do cancro, apresentou á Academia de Medicina de Paris um novo processo da sua descoberta para o tratamento e porventura para a cura do cancro. Esse systema consiste na formolisação por meio de doses colossaes, ministradas mesmo por uma só vez, de 5, 10, 25 e 60 grammas de aldehido formorico concentrado. Diz o illustre sabio que o seu metodo assenta n’um principio tão simples como o da asepsia para a cirurgia, do mercurio para a sifilis, da morfina para a dôr, da digitalis para o coração. A maior parte dos casos de cancro, tanto nos do primeiro como nos de segundo grau, e mesmo n’aquelles que tem já um começo de cachexia, podem ser tratados por este methodo, diz o dr. Laurent, o mesmo succede com os casos de reincidencia ou inseparaveis. Um dos fins do tratamento é tornar tão externos quanto possível os cancros internos. O tratamento é fuito [sic] de maneira que o tumor e os seus prolongamentos sejam eliminados em grande parte e reabsorvido o resto em virtude da destruição local e da acção de todas as forças disponiveis de reacção, postas em jogo e da defeza do organismo. O cancro da face póde-se curar com o tratamento de alguns dias; os do seio, que tem resistido ás mais rigorosas operações tém os o dr. Laurent curado egualmente. O tratamento do cancro da prostata é d’ordinario, facil, assim como é possivel tratar o da laringe sem qualquer oparação e sem cloroformio”.

[n.d.] - "A cura do cancro" in Diário dos Açores de 19 de Fevereiro de 1909, nº. 5308, p. 1 (col. 4-5). Disponível em linha em http://bd-divulgacaocientificaemjornais.ciuhct.org/entrada.php?id=2892.

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