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Divulgação Científica em Jornais



Texto da entrada (ID.2894)

O excesso de civilização, contrafazendo a natureza humana, tem conseguido em um trabalho forçado de longos annos, deformal-a, amesquinhal-a e enfraquecel-a. A estatura sofreu um rebaixamento consideravel, a musculatura empobreceu, a celebração aperfeiçoou-se, é verdade, mas à custa de outras funcções, que se tornaram deficientes. Assim é que Heckel disse: dyspeptico como todo o professor allemão. De facto a desenvolvida intellectualidade trouxe por consequente a deficiencia de funcções digestivas, com repercussão na saude e na nutrição geral. D’ahi a vida claustral na escola, na secretaria, no gabinete de estudo, no laboratorio ou na oficina insalubre tornou-se um habito vicioso que debilita o sangue e diminue a actividade funccional de muitos orgãos. Em regra o sedentarismo e o ar confinado são causas, cada vez mais frequentes na vida moderna, de depauperação do organismo. Não falamos agora da aceleração que este factor dá a determinadas origens de doença, em virtude do decrescimento de resistencia, essa qualidade quasi indefinivel, que faz que um individuo se exponha mais impunemente do que outro ás mesmas influencias morbidas. Por toda a parte se julga necessario retemperar o physico, regenerar o moral, revigorar a raça e isto por meio de exercicios, de desportes, de meios hygienicos, entre os quaes a vida ao ar livre é dos mais recommendados, principalmente na quadra estival, em que o ar sufocante das cidades obriga a procurar o refrigerio das manhãs no campo e das tardes humidas da praia. p. 2 (beneficios da vida ao ar livre, contacto com a natureza, nomeadamente em acampamentos. A Alemanha há muito que pratica a vida ao ar livre para tratamento de neurastenias, constituindo um corpo doutrinário a que se chama fisiatria. O mesmo se diz de instalação de sanatórios em espaços campestres).

Referência bibliográfica

J. Bettencourt Ferreira - "Revista scientifica - Causas que contrariam a saude e a robustez nos meios civilizados – a regeneração pelo ar livre – O acampamento – Hygiene therapeutica d’este genero de desporte – efeitos salutares" in Diário dos Açores de 20 de Fevereiro de 1909, nº. 5309, p. 1-2 (col. 6-1). Disponível em linha em http://bd-divulgacaocientificaemjornais.ciuhct.org/entrada.php?id=2894.



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