“No 28º congresso dos cirurgiões allemães, reunido em Berlim, o professor Honffmann, da Universidade de Koenisgsburg, apresentou dois doentes por elle tratados. O primeiro soffreu a amputação das pernas, que foram substituidas por outras de tal maneira articuladas, que esse homem anda, sóbe e desce sem o auxilio da bengala. O segundo, tem os braços artificiaes, trabalhando pela sua profissão de serralheiro como antes de soffrer a operação. Tudo isto não é nada extraordinário. N’uma cervejaria de Long Pesck (Estados Unidos) encontrei ha annos um canadiano de nome Jimsky que, ferido gravemente n’uma batalha, foi encontrado entre os moribundos em tal estado que toda a gente imaginava que não chegasse com vida ao hospital. Cozido, endireitado, concertado, esse homem escapou á morte. Tinha a caixa craneana em aluminio, uma maxilla postiça, um nariz de massa, um pé de madeira... de quando em quando, um professor da Universidade de Chicago dava uma fricção qualquer ao aluminio para que o cabello não cahisse... Lá nas pernas e os braços artificiaes vá. Mas uma caixa craneana de aluminio com cabellos que cresciam, mercê d’um preparado qualquer, parece-nos americano de mais!

Syll - "Impressões e notas - Os progressos da cirurgia - Vê-se n’um jornal extrangeiro" in Diário dos Açores de 29 de Maio de 1909, nº. 5384, p. 1 (col. 3). Disponível em linha em http://bd-divulgacaocientificaemjornais.ciuhct.org/entrada.php?id=2986.

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