Sabe-se que a crosta terrestre longe de ser estavel, está em continuo movimento. Afora os tremores de terra, a crosta soffre oscillações que parecem, pelo menos, de duas qualidades.

Temos em primeiro lugar as oscillações diarias e regulares, verdadeiras marés de terreno. Umas são devidas á radiação solar, isto é, ao aquecimento que o sol dá ás camadas de terreno, dilatando-as; são precisamente superficiaes e attenuam-se rapidamente n’uma profundidade relativamente pequena.

Em Potsdam, no fundo d’um poço de 25 metros, em terreno arenoso, o phenomeno fica já reduzido a um septimo da sua amplitude á superficie.

As outras oscillações são devidas á attracção luni-solar. A sua medida é muito delicada porque ficam dissimuladas pelas oscillações servidas á radiação solar, cujo effeito é, à superficie, 50 vezes maior.

Experiencias feitas por Hecker no Instituto geodesico de Berlim, permittiram, comtudo, pol-as em evidencia. Os resultados  mostraram que o globo terrestre obedece á attracção lunir-solar, da mesma forma que se comportaria uma esphera de aço do mesmo diametro.

Este valor da rapidez da terra permitte avaliar as marés da crosta terrestre n’uma amplitude de 0,25m a 0,20. É necessario notar, alem d’isto, que a rigidez da crosta não parece ser a mesma no sentido Este-oeste que no sentido Norte-oeste. Precisa-se, segundo M. Lallemand ver confirmada a theoria tetrardrica do globo.

Por outro lado, existem deformações permanentes da crosta. Umas geralmente rapidas, bruscas e pouco importantes, estão em relação com os tremores de terra, como o demonstrou particularmente, o estudo do tremor de terra de S. Francisco (ver Revista Scientifica de 24 de abril de 1909) e outras ainda, extremamente lentas são pouco conhecidas, parecendo, comtudo, fóra de duvida, a sua existencia (ver Revista Scientifica de 15 de marçoo de 1908)