A respeito da communicação do dr. Comandou á Academia das Sciencias de Paris, relativamente á utilisação do cinematographo para se conhecer os habitos dos microbios, encontramos mais estes interessantes pormonores [sic]: Na galeria que precede a sala das sessões, o dr. Comandon, installou um cinematographo para microbios. O sr. Dastre, eminente biologista da faculdade das sciencias, explicou aos seus collegas o principio em que se fundava esta nova adaptação do cinematographo. Consiste elle especialmente na combinação do ultra-microscopio, com um cinematographo ordinario com velocidade ligeiramente modificada. O auctor teve a ideia engenhosa “de cinematographar” o que se vê no ultra-microscopio. Ora este instrumento dá uma ampliação de 10.000 a 20.000 e permitte distinguir elementos que não tem mais de que meio millesimo de millimetro e que ficavam até agora invisiveis no microscopio usual. As experiencias realisadas permittiram ver n’uma gotta de sangue infectada com trypanosomas – microbios da doença do somno – effectuarem o ataque dos globulos sanguineos. Viram-se tambem os microbios da febre intermittente, os da syphilis, do cancro, etc. Notou-se que alguns d’estes microbios movem-se lentamente, outros com uma velocidade excessiva. O dr. Doyen tinha já empregado com successo o cinematographo nas operações cirurgicas.

[n.d.] - "A cinematographia do invisivel" in Diário dos Açores de 17 de Novembro de 1909, nº. 5525, p. 2 (col. 4). Disponível em linha em http://bd-divulgacaocientificaemjornais.ciuhct.org/entrada.php?id=3145.

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