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Texto da entrada (ID.3166)

No Monchão da Povoa a lavoura d’alqueire teve de profundidade 0,22m. Durante todo o tempo de experiencia o tractor manteve um movimento uniforme e uma velocidade de 2550 metros por hora, fazendo remover continuamente uma faxa de terra de 0,66m de largura. Em 10 horas de trabalho a aera lavrada alcançou 16830 metros quadrados. (apresenta a despesa) A teoria nova vae mais longe nas suas aspirações. Não se trata apenas de substituir o motor animal pelo motor automovel. Para os inovadores não se trata de saber como é possivel, com um motor mechanico arrastar ou rebocar uma charrua. A questão é exposta d’outra maneira talvez mais logica: qual é o processo mais racional de lavrar a terra empregando, como potencia motriz, um motor mechanico. E exclamaram então: para motor novo, novo utensilio, tratando de encontrar um processo mechanico de mobilisar a terra levando em linha de conta, não o instrumento que existe, mas o trabalho que se deseja alcançar e a natureza do motor de que se dispõe. Avançam que a charrua é o mais racional dos instrumentos, dada a potencia motriz animal, mas que cessando o uso d’este motor deve inventar-se um utensilio de mobilisar a terra differente d’esse. (...) Walter Blyth, Arbuthnoot, Jefferson, Whatt, Neufchatel, Dombasle, Grandvoinett, Romaine, Uscher, Comstock, Félix marcam os estadios modernissimos, historicamente falando, da evolução da lavoura desde a demonstração de necessidade de transformar o arado até á applicação de electricidade á mobilisação da terra. E agora aspira-se a qualquer coisa de differente, de novo, que definitivamente arrume o arado de Catão e todas as suas modificações. Inventa-se a palavra destinada a classificar o processo que ha de surgir: “Motocultura”, dizem. E vem um engenheiro do Egypto, da patria de Houris, o inventor da charrua, trazer-nos por seu turno a “charrua automotora rotativa” em que relha e aiveca são substituidas por discos giratorios pulverisando o solo e animados de movimento que lher é permittido pela mesma força que faz caminhar as rodas motoras. O sr. Boghos Nubarpacha ha nove annos já que trabalha na resolução do problema, pois na Exposição Universal de 1900 vi a sua primeira machina de experiencias. Imitando-a mas tornando a mais ligeira, - mais humana, direi -, vem agora a machina de lavrar automotriz de Landrin. Dizem seus propagandistas que executa, com tres discos, em 10 horas de trabalho, a lavoura de 3 hectares a uma profundidade de 20 centimetros sobre 80 de largura. O motor é de 24 cavallos, o consumo de essencia de 75 litros por dia de 10 horas e 6 litros de oleo. (...)

Referência bibliográfica

D. Luiz de Castro - "Chronica agricola - Motocultura - O automovel na agricultura – Na França, na Inglaterra, na Allemanha – As duas escolas da cultura automovel – O motor animal substituido pelo motor machina – Tractores e guinchos – O tractor agricola em Portugal – O lavrador Veiga Araujo é o agronomo Cabral Paes – Contas comparadas – A theoria nova – A motocultura – Um conselho de Catão desacatado – A evolução da lavoura – A charrua automotora rotativa – Preços de trabalhos." in Diário dos Açores de 4 de Dezembro de 1909, nº. 5540, p. 1 (col. 1-2). Disponível em linha em http://bd-divulgacaocientificaemjornais.ciuhct.org/entrada.php?id=3166.



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Agricultura

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