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Divulgação Científica em Jornais



Texto da entrada (ID.3233)

“Diz o Reporter, no seu penultimo numero:

«Nos districtos do continente foram as camaras municipaes e os hospitaes que enviaram medicos a estudar a peste, não foram os governadores civis» (...)

Mais abaixo acrescenta: «Qual o motivo porque a camara de Ponta Delgada de combinação com as outras do districto, auxiliadas pelos hospitaes, não enviaram, assim que se teve conhecimento da doença, medicos ao Porto estudar a epidemia reinante?»

(...)

Para provar que a vinda do sr. Dr. Ricardo Jorge offerece risco, o Reporter transcreve da Tarde alguns periodos nos quaes a Tarde explica que tendo o dr. Camara Pestana trazido pedaços de bubão para Lisboa se inoculou na occasião em que procedia a novas analyses.

Não sabemos se o dr. Ricardo Jorge traz bubões para ensinar a isolar o bacillo. Somos pouco entendidos em taes especialidades, mas parece-nos que este é exactamente o ponto que menos importa ao publico profano e mesmo á clinica do nosso districto. Essa operação tem apenas um interesse de gabinete, porque é um genero de trabalho propriamente de laboratorio.  Serve para que a bactereologia moderna realise experiencias, reconheça as especies bacyllares, descubra segredos e concorra para o progresso da sciencia. Foi como bactereologista que o dr. Camara Pestana morreu. No nosso caso, é-nos menos precisa a bactereologia do que a clinica, a clinica perfeitamente intelligenciada, que faz a sua romaria junto dos enfermos, que saiba fazer o diagnostico preciso, que conheça e applique todo o processo pratico do tratamento.

(...) 

O Norte, encarando esta necessidade districtal unicamente pelo lado clinico, avulta o immenso valor do dr. Ricardo Jorge, mas diz que, apesar de tudo, o illustre medico só pode vir ensinar theorias.

Alguma justiça é preciso fazer aos nossos medicos e aos medicos de toda a parte. Independentemente da visita ao foco de qualquer epidemia, elles alguma coisa saberão fazer. O que em particular lhes interessará  saber é o modo mais efficaz, os ultimos progressos da sua sciencia, experimentados, os processos de melhor resultado em cada manifestação maligna, e as indicações particulares da natureza do morbo.

E eis o que o Dr. Ricardo, residindo já ha tempo em Lisboa, mas tendo assistido ao periodo intenso da epidemia do Porto e dirigido o seu tratamento, vem fazer entre os nossos facultativos.”


Referência bibliográfica

[n.d.] - "[as câmaras munipais e a peste]" in Diário dos Açores de 3 de Janeiro de 1900, nº. 2629. Disponível em linha em http://bd-divulgacaocientificaemjornais.ciuhct.org/entrada.php?id=3233.



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