“Trazemos ha tempos o desejo de resumir n’este Diário o estudo que o illustre morto dr. José Julio Rodrigues fez n’uma das suas conferencias em 1884, no theatro da Trindade, de Lisboa, em relação às necropoles d’aquella capital.

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Em geral buscam-se causas varias de epidemias e endemias, sem que os cemiterios assumam um papel de significação entre estas causas. Nem se cogita n’elles.

Quando ha pouco indicámos a possibilidade de ser o cemiterio de Ponta Garça um factor da epidemia que ali actuou, d’um modo persistente, e ainda não extincta, a nossa preocupação ficou isolada na imprensa, á parte os esforços que o sr. Administrador do concelho de Villa Franca do Campo e os membros da junta de parochia de Ponta Garça demonstraram, tomando medidas.

Mas, quando relativamente á natureza do terreno sentimos receios de que não fosse bastante competente para examinal-a o referido pessoal da mesma junta, ainda uma folha local, em nota curiosa, entendeu que esses cavalheiros, dignos de toda a confiança scientifica, deviam desembestar contra nós a sua verve humoristica.

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Para se reconhecer de um modo assaz evidente que um estudo d’esta ordem exige a maior gravidade e uma muito especial competencia, achamos sufficiente registar a propria confissão do sr. dr. José Julio Rodrigues, o distinctissimo chimico e conferente, em que affirma ter-se socorrido ao valor scientifico e auctoridade de geologo do sr. dr. Alfredo Bensaude para ter conhecimento preciso da «natureza e condições geologicas dos terrenos, que são base dos cemiterios de Lisboa»

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Segue-se a transcrição de partes do parecer elaborado por Alfredo Bensaúde, e citado na conferência por J. Júlio Rodrigues, relativamente à análise geológica e mineralógica dos terrenos destinados a cemitérios e aos diferentes passos do respectivo tratamento e manutenção, de modo a evitarem-se perigos para a saúde pública.