Continuação do editorial anterior sob o mesmo título. Transcrição de partes da citada conferência do Dr. J. Júlio Rodrigues.

Considerações referentes a S. Miguel:

“(...) De natureza essencialmente vulcanico o solo michaelense, por toda a parte se encontra esta particular manifestação geológica.

Assim as camadas de pozzolana muito espessas, ou os fragmentos de lava, as escorias, os tufos vulcanicos, constituem geralmente as condições dos nossos terrenos.

Os terrenos compostos de materia muito pulvurenta misturada de calhaus fragmentados, como os que teem um sub-solo de rocha, offerecem gravissimos perigos.

A terra d’esta especie, depois de alagada pelas chuvas invernaes, quando secca sob os calores do verão, rasga em fendas que põem as emanações do cadáver em communicação com o exterior.

A respeito das gretas que a terra abre em todos os sentidos, diz o eminente homem de sciencia que não importa que o municipio accuda logo a revolver a superficie a fim de as disfarçar ou entupir. Sobre não mudar este trabalho as condições phisicas do solo, não chega elle até onde seria sufficiente chegar, assim como não evita que surtam seu natural effeito as exhalações que aquelle remodolamento inteiramente superficial pretende impedir.

(...)

Vê-se d’esta concatenação da parte da conferencia que este distincto vulto da sciencia portugueza intitulara «Lisboa e o cholera», e do seu artigo apendice – que é de um vivissimo interesse o estudo feito sobre as especiaes condições em que assentam os cemitérios, o influxo extraordinario que elles pódem insinuar em tempo de epidemias, e ainda o papel que lhes toca perante o estado da sanidade geral.”