“Extrahimos d’uma carta de Paris para o Commercio do Porto:

«Muitos portugueses tanto d’aí do Porto como de outras localidades, me teem pedido n’estes ultimos tempos diversos esclarecimentos a respeito da ‘Médecine Nouvelle’, um método de curar agora muito em voga e cuja fama se está espalhando largamente por toda a parte.

(...) No intuito de poder responder com segurança ás perguntas que me são constantemente dirigidas, ... fui-me até á rua Lisbonne onde sabia achar-se installado o arrojado estabelecimento medico, demolidor das velhas praticas therapeuticas, pondo para esse efeito de parte as drogas da pharmacopeia e curando os doentes por meio de simples aplicações externas.

(...) não tardei a ser apresentado ao director dos serviços medicos da ‘Médecine Nouvelle’, o dr. Péradon, clinico bastante conhecido em Paris pelas suas theorias que ha 17 annos a esta parte estão causando uma verdadeira revolução na arte de curar.

(...) Associou á sua obra varios outros medicos distinctos, e entre elles, o dr. Dumas, que tem n’esta capital a merecida reputação de homem de sciencia verdadeiramente consummado. O dr. Péradon é medico pela faculdade de Paris e cavalleiro da Legião de Honra, e tem escrito varias obras de propaganda do methodo vitalista.

(...)

O Vitalismo baseia-se no emprego da electricidade, do calor, do movimento e da luz. (...) Aos velhos methodos das drogas substituimos nós tratamentos exclusivamente externos. (...) É pela poderosa influencia dos agentes physicos, pela dynamodermia, electrotherapia, phototerapia, etc. Que nós conseguimos restaurar as saúdes abaladas, dar força aos organismos debilitados e restabelecer o equilibrio vital.

(...)

É a medicina da moda, no anno da Exposição Universal. Assim o dizia ha tempos o Figaro, o grande jornal parisiense, acrescentando que o novo methodo de curar estava prestando á humanidade que soffre os mais proveitosos e admiraveis beneficios.”