“Nos ultimos dias teem resumado os mais intensos protestos por um evidentissimo logro de que esta sendo vitima o publico d’esta ilha. E perante o sr. director do correio d’este districto, n’uma energica expressão d’esses protestos, tem-se apresentado grande numero de reclamantes, mostrando todos os consequentes transtornos que estão a affectar todo o commercio e mais relações.

Esse logro praticado pela companhia ingleza do cabo submarino contra as condições que celebrou em 1893 com o nosso governo, ocorre agora, desde o estabelecimento da estação central do mesmo cabo na cidade da Horta.

Nada queremos aqui ver com a reorganisação de 1899, que reuniu ás antigas, novas linhas de maior movimento de correspondencia internacional.

E nada pretendemos n’este ponto, porque a empreza pode desenvolver como julgar conveniente e quizer, no lugar que lhe parecer melhor, as suas operações.

Mas temos que ver muito a respeito do serviço que particularmente nos toca, e que se acha expressamente consignado n’aquelle contrato de 1893, integralmente conservado no de 1899.

Segundo esse contracto o publico poderá trocar a sua correspondencia telegraphica na estação d’esta cidade desde as 8h da manhã até ás 8h da tarde, exactamente o numero de horas em que a referida estação é obrigada a conservar-se aberta.

Entre estes dois limites medeiam 12 horas – sobre as quaes o comercio e mais publico tem pleno direito para reciprocar as suas relações telegraphicas. Este horario esta porem simplesmente reduzido a 1h1/2 – porque apenas em cada 2 horas a ligação directa com Carcavelos é feita durante um quarto de hora. 1h1/2 de serviço, representando pois o logro nada menos de 10h1/2!

(...)

A oportunidade para a recepção e expedição, a ordem por que estas teem de efectuar-se, etc. resultam que uma tal ou tal correspondencia devendo ser trocada n’um curto lapso de horas, só o pode ser no dia seguinte, ou ainda no outro dia. (...)”