“Todos se recordam do arrojado explorador que se propoz atravessar o polo norte em balão, rivalisando realmente com a phantasia do romancista Julio Verne.

Poucas ou nenhumas notícias se receberam depois da sua partida.

Teria morrido, teria pago com a vida a sua arrojada tentativa? Eis o que perguntavam todos os que se interessam pelas grandes viagens.

De facto, poucas ou nenhumas notícias se recebia de Andrée.

Ultimamente, porem, descobriram-se algumas boias do audacioso explorador, no mar da Irlanda. Um jornal estrangeiro diz:

A boia n.º 4 continha a communicação seguinte, segundo verificou o balio Grandahl, de Finmark, na Noruega.

“Boia n.º 4 – A primeira que foi lançada, a 11 de julho de 1897, ás 10h da noite, hora media de Greenwich. Boa a nossa viagem até aqui. Ao principio marchavamos para o norte 10º leste. A bussola permanece invariavel. Ás 4h 46m foram largados alguns pombos que voaram na direcção oeste. Encontramo-nos por cima de bancos de neve cortados de profundos barrancos. O tempo é magnifico. O moral excellente. – Andrée, Stembberg, Fraenkel”

(...)

Mas um descobrimento mais importante fez-se ha mais de um anno.

Na parte mais occidental do arquipélago de Spitzberg, foi encontrada a boia que Andrée destinara para collocar no pollo, se la chegasse. Esta boia chegou ao arquipelago evidentemente por causa de um naufragio, ou porque não tendo mais lastro, os aeronautas lançaram ao mar todos os objectos disponíveis.

Ha poi todas as probabilidades de que o balão de Andrée naufragou entre o Spitzberg, Nova Zembla e a Siberia boreal.”