Com a Lua nova na proxima sexta-feira, é evidente que a presente semana só nos apresentara noites muito pouco ou nada luarentas, permitindo admirar á vontade o espectaculo sempre grandioso do firmamento estrelado e tanto mais impressionante quanto melhor se reconhecem as medidas a imensidade e a majestosa ordenação destes infinitos universos que se oferecem á nossa vista.

A Lua vem actualmente aproximando-se de nós.

Estará em conjunção com mercurio na quarta-feira ficando o planeta grau e meio para sul do nosso satelite ou seja, três vezes o diametro aparente deste. Se as condições atmosféricas forem boas, talvez nesta ocasião seja relativamente facil encontrar o esquivo Mercurio na madrugada de quinta-feira pois não distara muito do crescente lunar para a direita.

De tarde, Venus empolga todas as atenções, rivalizando com o luzente Jupiter que se demora visivel até um pouco mais tarde. Saturno já quase não se vê.

Pelas nove horas da noite, as constelações visiveis são as que indicam as figuras juntas. Vemos que passando um mês, surgiram a (?) á Baleia e o Peixe Austral e inclinaram-se para sudoeste Escorpio e Libra, tendo quase desaparecido Virgo. O Sagitario ainda é notavel ao Sul mas já inclinando-se para o ocaso. Aparecem rasando o horisonte sul as constelações austral de grou e do Indio. Mais acima o Capricornio e a Aguia  junto á qual vemos o Golfinho a cujas quatro estrelas principais o poeta Fernandes Costa deu o nome de “Armada do Gama”. No zenite está a Cruz Boreal ou Cisne, para nordeste eleva-se o notavel o conjunto formado por Pegaso, Andromeda e Perseu, seguindo-se-lhes ao nascente Atica e a constelação de Pisces, ao norte, a Ursa Menor o Dragão e a Cassiopeia dominam ao passo que ao passo que a Ursa Maior vai já rastejando o horisonte, de cauda para a esquerda, como é costume no Outono.

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Frederico Oom

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