Diz-se hoje que a Luz do Sol é branca e é composta de 7 cores desigualmente refrangiveis; esta simpatia pelo número sete vem de tempos imemoraveis e encontra-se e encontra-se em toda a ideologia humana; mas, neste caso, pode-se perfeitamente dispensar esse algarismo como já mostrámos em artigos de há dois anos.
Tanto pode considerar-se a luz branca decomponível em outras, como ser ela o resultado de uma composição; assim a irradiação solar, azul antes de penetrar na atmosfera, compõe-se, com o vermelho e o amarelo durante a sua passagem no invólucro gasoso da Terra e dá-nos uma luz a que chamamos branca.
Todos sabem que o alaranjado é uma cor composta de vermelho e amarelo, assim como o verde é composto de azul e amarelo, e o rôxo e anilado são misturas de azul com amarelo e vermelho em doses convenientes. Representando por “O” a cor vermelha, por “C” a côr amarela e por “H”a cor azul, teremos o espectro actual figurado esquematicamente por:
O2, OC, C2, CH, H2, H2+O, H+OC, H+C2
Correspondendo os simbolos ás sete cores hoje admitidas e ainda ao verde, que se pode observar bem, logo em seguida ao roxo, no arco iris, quando este se apresenta muito vivo e nitido.
O espectro solar pode pois considerar-se formado por uma faixa de cinco cores, seguida de outra em que essas cinco cores se esbatem sobre o azul da irradiação solar; as cinco côres não são porém simples derivando as intermedias da combinação dos limitrofes.
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A irradiação azul vemo-la nós diariamente encher o espaço que nos circunda e formar ainda durante a noite o fundo escuro em que se projectam os outros lumes celestes.
Se a luz que entra na atmosfera fosse decomponível, como hoje se diz, porque razão se não daria a decomposição logo á entrada dela, visto que se dá o fenomeno bem estudado da refracção que atinge todos os raios vindos dos restantes astros?
Porque é que essa decomposição se dá só ao nascer e pôr do Sol? Não serve o argumento da ubiquidade visto que a refracção atmosférica é sensível ainda para alturas angulares próximas de 43º Quere (sic) isto dizer que, se a irradiação solar fosse decomponivel pela refracção logo que entrasse na atmosfera, deveriamos ser iluminados por uns cambiantes de cromatização analogos aos de belo põr do sol, isto mesmo na força do dia !
Se a côr azul pertencesse á atmosfera, como se compreenderia a visão de alvissimas nuvens situadas algumas a mais de 8 quilómetros de altura?
Por outro lado, nós reconhecemos que no espectro solar a parte calorifica está situada nas proximidades do vermelho, não se encontrando acção térmica sensivel nas proximidades do azul; ora, visto termos já provado suficientemente que a irradiação solar não é acompanhada de calor, parece-nos ser conclusão imediata que essa irradiação não pode deixar de ser azul 8côr simples) a que se juntam, durante a passagem na atmosfera, as colorações vermelha (O), amarela (C) e as suas combinações (Co) e (CH), etc.
Muitos outros argumentos se poderiam citar a favor da minha asserção de que a irradiação solar é azul e não é acompanhada de calor mas basta-nos agora deixar á cogitação dos sabios a pergunta seguinte:
Resumo: decomposição da luz branca; tese de que a luz solar é azul e não irradia calor.
-“Porque é que a velocidade da electricidade é sensilvemente identica á da irradiação solar?”...
Justiniano Esteves
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