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Texto da entrada (ID.3452)

Novamente estaremos esta semana em pleno luar, pois a Lua cheia será no sabado. Já estamos, porém, longe do formoso luar de Agosto e as asperas condições meteorológicas parecem querer roubar todo o encanto as noites luarentas nesta quadra de intempestiva invernia.

Passado o perigeu, a Lua vai afastando-se de nós até meados da próxima semana.

Perdendo os dias mais 7 minutos de manhã e 9 á tarde, ou sejam, portanto, 16 ao todo. Ainda terão de perder mais uma hora e daqui a pouco começará a ser muito menos sensível a variação por ir tendendo para o minuto.

Na terça-feira estarão em conjugação Saturno e Mercurio. Será pois, uma oportunidade de vermos e conhecermos este planeta que tão pouco se mostra. Na tarde desse dia, ao anoitecer, estará Saturno um pouco ao norte de Mercurio á distancia de três graus (seis diametros lunares) e irão depois afastando-se aparentemente um do outro, Saturno. Não havendo nuvens, talvez seja facil encontrar-se, apesar de estar bastante perto o Sol; e, portanto, ser muita a luz crepuscular.

Dos restantes planetas, não podemos por enquanto ver Marte, que daqui a pouco aparecerá de madrugada pouco antes do nascer do Sol.

Venus e Jupiter continuam a chamar todas as atenções, aparecendo logo ao anoitecer, com brilho que excede em muito todas as outras estrelas. Júpiter está aparentemente quasi imovel em sagitário, e de dia para dia, vai estando menos tempo visivel; mas Vénus que, pelo contrário, parece agora ir sempre fugindo do Sol, cada vez se demora mais no céu.

Ao oriente, logo ao escurecer, vemos agora os grupos estelares tão notáveis e tão famosos das Hiadas, em forma de v, junto á estrela Aidelbaran: e das Pleiades, ou bem conhecido Setestrelo. Está agora provado que qualquer destes grupos forma realmente um conjunto fisico de astros seguindo a mesma trajectória no espaço, como esquadrilha (?) de conserva. Esquadrilha á nossa vista: na realidade, as dimensões destes astros são imensas e as distancias que têm entre si são tais que a propria luz, á velocidade que tem de 300.000 quilómetros por segundo, leva muitos anos a ir de uns aos outros desses companheiros de viagens pelo infinito.

Frederico Oom


Referência bibliográfica

Frederico Oom - "Semana astronomica XLIII" in Diário de Notícias de 26 de Outubro de 1925, nº. 21469, p. 2 (c.3). Disponível em linha em http://bd-divulgacaocientificaemjornais.ciuhct.org/entrada.php?id=3452.



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Astronomia

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