Texto da entrada (ID.3464)
Devemos ter luar toda esta semana. O quarto minguante é no domingo, de modo que até lá sempre haverá alguma luz da Lua, embora tardia escassa, e sujeita, para mais, á eterna inimizade das nuvens.
No sabado (?) o nosso (?), outra vez no apogeu da sua orbita – ponto mais distante da Terra. Em raios terrestres essa distancia será de (?), nesse dia equivalendo a 10.376 quilómetros percorridos pela luz em um segundo e três décimas de segundo. Desse dia em diante passará a Lua a vir aproximando-se.
Nenhum fenomeno astronomico previsto virá dar qualquer interesse a estes sete dias.
Vemos que eles virão sempre diminuindo agora mas menos notoriamente mas ainda variando mais de dois minutos por dia, pois no fim da semana terão perdido quinze minutos. Daqui até 23 de Dezembro podem diminuir uma hora mais e portanto é preciso que essa diminuição vá afrouxando até cessar de todo.
Saturno pode dizer-se que se sumiu á nossa vista. Só para o fim do ano o poderemos tornar a ver, mas de madrugada, (?) longe de Marte, com o qual estarão em conjunção no dia 13 de Dezembro.
Mercurio pode enxergar-se da terra do crepusculo, ainda que dificilmente, pois só atingirá a sua maior distancia aparente ao Sol, no dia 22 deste mês.
Vénus e Júpiter vão sempre aproximando-se um do outro, a preparar-se para o interessante espectáculo da sua conjunção que será no dia 26 – nuvens! Poupai-nos! Venus já tem brilho equivalente a umas dez ou quinze vezes o de Júpiter, e esta proporção vai agora aumentando sempre porque a grandeza aparente de Júpiter vai enfraquecendo um pouco, e a de Vénus, pelo contrario, irá ganhando muito até Janeiro. Parece-nos estar assistindo a uma renhida luta entre esses dois astros, pela definitiva preponderancia no céu: Vénus melhorando sempre em brilho e permanencia. Júpiter a ser facilmente vencido e afinal expulso totalmente da nossa vista, ele que, no verão, tinha o primeiro lugar entre as estrelas.
Apresentam estas agora, ao Sul, em posição favorável, o grande quadrado de Pegaso, ligando-se para a esquerda a Andromeda a abraçada pelos dois ramos formados pela constelação dos peixes zodiacais. Mais abaixo está em evidência o Peixe austral, tendo na boca – como indica a etimologia arabica do seu nome – a estrela Fomalhaut de primeira grandeza.
Frederico Oom
Referência bibliográfica
Frederico Oom - "Semana astronomica XLIV"
in Diário de Notícias
de 6 de Novembro de 1925, nº. 21480, p. 2 (c.1). Disponível em linha em http://bd-divulgacaocientificaemjornais.ciuhct.org/entrada.php?id=3464.
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