A presente semana decorre toda entre minguante e Lua Nova: um antes dela começar; outra, depois de acabar. Não haverá, pois, nenhuma fase definida nestes sete dias, apenas a lunar irá gradualmente adelgaçando a sua foice, até desaparecer de todo. Releve-nos algum nosso leitor mais reincidente, insistirmos em repetir que, neste caso, a Lua esta em quarto minguante: a sua forma com as pontas para a direita lembra um C, mentindo portanto, visto que em vez de crescer diminui.
Também, em distancia, a Lua não atinge ponto nenhum notavel, durante esta semana. Vem aproximando-se de nós, mas o apogeu foi no sabado, como vimos, e o perigeu somente sera na segunda-feira.
Só falta cerca de meia hora para as duas chegarem ao seu minimio. Daqui atén22 de dezembro – cinco semanas- irão a pouco e pouco variando cada vez menos. Mas por ora ainda perdem dois minutos por dia, principalmente de manhã.
Mercúrio vai tendendo para uma das suas situações favoraveis á observação, visivel no crepusculo, pouco depois do sol posto, como estrela de primeira grandeza. Infelizmente, não lhe anda perto nehum outro astro que lhe possa servir de referencia e por isso dificil sera encontra-lo, como aliás sucede quase sempre.
Continuamos a ver em porfia os dois fulgurantes planetas Venus e Jupiter, aproximando-se rapidamente um do outro e competindo rijamente pela supremacia no ceu crepuscular da tarde. Por enquanto, Venus, se já vence jupiter, em brilho, é por ele vencido quanto á sua demora acima do horizonte, desaparecendo cerca de uma hora mais cedo.
Saturno sumiu-se, e tanto assim, que amanhã estará em conjunção com o Sol, para lá dele, perdido inteiramente na luz solar.
Damos hoje o aspecto do ceu em Lisboa no meio de Novembro, ás 9 horas da noite. Comparando-o com os que temos apresentado anteriormente. Vê-se a diferença que num mês vai afectando a posição das constelações. È de notar agora, para a nossa latitude, a Ursa Maior vai rasando o horisonte norte, e que ao Sul vemos emergir a constelação austral do Grou, cuja forma é muito caracteristica e que só podemos ver nós, os andaluses, os sicilianos e os gregos, de entre as gentes europeias.
[Com duas figuras]
Frederico Oom