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Texto da entrada (ID.3530)

Os Microbios

(?) Mestre Pedro, que é doido pela pequena, não passou um dia (?) sem saber dela e entre o (?) aos pais (?)

- Porque é preciso ter essa cautela? Perguntou (?)

- Porque na água podem viver uns seres microscopicos que nos produzem, ás vezes, doenças bem graves como a sífilis, por exemplo- das quais é possivel livrarmo-nos fervendo-a ou filtrando-a. Agora que tanto tem chovido o perigo é grande, as aguas estão barrentas e (?) impuras.

- No ar tambem existem seres que causam doenças disse o tio Guilherme interessado pela conversa.

- Com efeito, o ar que respiramos também encerra muitos organismos inferiores –micróbios - que igualmente produzem doenças terriveis e se, na verdade, não podemos livrar-nos deles de uma maneira (?) absoluta, todavia podemos evitar, até certo ponto, que nos ataquem, não nos aproximando dos lugares onde eles existem em maior quantidade, por exemplo, no quarto das pessoas que sofrem de doenças contagiosas, como a variola, a tosse convulsa, etc.

- Mas não é só no ar e na água que existem os microbios. – afirmou o Chico.

- Não. Os alimentos, como por exemplo as frutas, as hortaliças que se consomem habitualmente cruas, podem conter organismos produtores de doenças: o microbio da colera, mal terrível, pode existir nas alfaces, nos agriões, etc. Muitos desses organismos, por exemplo, que produzem a doença do sono, são animais e outros, como o bacilo da tuberculose, são plantas; e outros ainda que não possuem caracteres suficientemente nitidos para serem classificados como animais, ou vegetais, são incluidos no chamado reino dos protistas ao que pertencem todos os seres animados que não são claramente uma coisa ou outra.

- Como esses seres são invisiveis, para nós sem o auxilio do microscopio, é a razão porque os chamam de microscopicos – explicou sentenciosos o tio Guilherme.

- E porque são, incontestavelmente nossos inimigos, devemos combatê-los (?), os preceitos de higiene – concluiu mestre Pedro. Mas existem outros visiveis á vista desarmada de que precisamos também acautelarmo-nos. Neste caso, estão grande numero de insectos e de vermes que são parasitas do homem e dos animais: o mosquito do genero (?), inocula-nos o microbio do paludismo, das sesões ou febres palustres como vulgarmente se lhe chama: (?) mosquito e – (?) pipieras- introduz no sangue a doença do homem nos climas tropicais o germe da febre amarela; as moscas em Africa, chamadas “tsé-tsé” inoculam a doença do sono a que nos referimos; a sarna do homem, do cavalo, do gato, etc. é produzida por uma especie de aranhas e a carraça dos cães é uma outra especie de aranha.

- E não podemos vermo-nos livres desses bichos parasitas e nocivos indagou o tio Guilherme

- Observando o mais escrupuloso aceio [sic] no corpo e em casa. Dos mosquitos, das (?) picadas, e das doenças que delas derivam podemos livrar-nos pelo uso dos mosquiteiros, produzindo fumo nas casas onde eles abundam, esgotando os tanques, os charcos próximos das habitações, pois é na agua estagnada que nascem e se desenvolvem ou caçando-os com uma rede.

-Falou em verme – disse o Chico.

- Sim. Os tecidos dos animais de que nos alimentamos, como a carne de porco e a de vaca podem conter a “triquinose”, ou a “solitaria” que são vermes e, uma vez ingeridos pelo homem desenvolvem-se nos seus membros. Tendo primeiramente atravessado o intestino, ou criam-se mesmo neste, produzindo graves perturbações no nosso organismo. A lombriga e outros animais que vivem nos intestinos são também vermes. É facil porem, evitar os ataques daqueles sujeitando as carnes a uma temperatura elevada, não a comendo crua em nenhuma circunstancia. Muito mais, mesmo muito mais poderia falar-lhes sobre os seres, animais e vegetais, nossos inimigos que podemos combater muitas vezes, com vantagem, empregando os meios que a higiene aconselha. Mas já respirando um ar tão puro quanto possivel, ingerindo alimentos que não encerrem os embriões, nem os micróbios que vão desenvolver-se no nosso corpo, podemos defender-nos conservar a saude.


Referência bibliográfica

[n.d.] - "Noticias miudinho. Coisas e loisas." in Diário de Notícias de 18 de Dezembro de 1925, nº. 21521, p. 5 (c.3, 4). Disponível em linha em http://bd-divulgacaocientificaemjornais.ciuhct.org/entrada.php?id=3530.



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